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Chefe do Centro Nacional de Cinema da França é condenado a três anos por agressão sexual a afilhado

Dominique Boutonnat comandava órgão que tinha entre suas atribuições supervisionar medidas para conter a violência sexual na indústria do audiovisual; ministério da Cultura francês nomeou substituto

Dominique Boutonnat ex-presidente da CNC Dominique Boutonnat ex-presidente da CNC  - Foto: Ludovic Marin/AFP

Dominique Boutonnat, chefe do Centro Nacional de Cinema e Imagem em Movimento (CNC) da França, foi condenado nesta sexta-feira (28), pelo tribunal penal de Nanterre, a uma sentença de três anos de prisão, acrescentando um ano por agredir sexualmente o seu afilhado em 2020. Ele cumprirá a pena em casa.

Após a condenação, Boutonnat comunicou sua saída da presidência do CNC, órgão governamental que tem como um dos seus papéis supervisionar medidas para conter a violência sexual na indústria do audiovisual na França. Para o seu lugar, a ministro da Cultura, Rachida Dati, nomeou o atual vice-diretor geral do CNC, Olivier Henrard.

 

No veredito, o tribunal responsável pelo caso decidiu que a “versão do acusador era mais confiável” do que a de Boutonnat que, segundo o tribunal, sempre exerceu “uma influência real” sobre o afilhado num “contexto”, de noite alcoólica de verão na Grécia, “em que foi complicado resistir”, afirmou o réu.

Boutonnat nega que tenha ocorrido qualquer agressão sexual. Também afirmou no tribunal que foi seu afilhado quem iniciou a situação e o beijou na boca. “Eu me sinto mal por deixar uma situação confusa, mas dizer que houve uma agressão sexual é falso”, disse ao tribunal.

Para Caroline Toby, advogada da vítima, “este caso é uma demonstração perfeita do que é uma agressão sexual”, acrescentando que “o abuso de autoridade” foi reconhecido em tribunal. Na audiência de 14 de junho, o Ministério Público solicitou uma pena de prisão suspensa de três anos para Boutonnat. Ou seja, caso ele não cometesse crime durante este período, a pena de prisão não seria executada.

No entanto, a justiça decidiu pelo julgamento do presidente, que ocorreu no momento em que o cinema francês acompanha outras acusações da mesma natureza, como no caso de Gérard Depardieu, lenda da atuação no país, denunciado por diversas atrizes.

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