Cidadão canadense morre dentro de centro de detenção da imigração dos EUA
Johnny Noviello é a décima pessoa a morrer sob custódia do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA este ano
Autoridades do Canadá e dos Estados Unidos abriram uma investigação sobre a morte de um cidadão canadense, que faleceu na última segunda-feira sob custódia do Serviço de Imigração e Alfândega americano (ICE, na sigla em inglês), informou a agência nesta sexta. Johnny Noviello é a décima pessoa a morrer sob custódia do ICE este ano e a quarta dentro de um centro de detenção na Flórida.
Noviello tinha 49 anos e foi encontrado inconsciente no Centro de Detenção Federal do Departamento de Prisões de Miami. A equipe médica, de acordo com o ICE, "fez reanimação cardiopulmonar, choque com desfibrilador externo automático e ligou para a ambulância".
O governo canadense foi notificado da morte de Noviello na quinta-feira, segundo a ministra das Relações Exteriores do país, Anita Anand. "Funcionários consulares canadenses estão buscando urgentemente mais informações de autoridades americanas", escreveu Anand, acrescentando que mais detalhes não serão fornecidos para respeitar a privacidade da família.
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O ICE também revelou que Noviello entrou nos Estados Unidos em 1988 com visto legal e tornou-se residente permanente em 1991.
Registros judiciais mostram que Noviello e seu pai foram presos em 2017, acusados de vender drogas, incluindo hidrocodona e oxicodona, em uma loja de automóveis em Daytona Beach, também na Flórida. Em outubro de 2023, então, ele foi condenado por extorsão e tráfico de drogas no Condado de Volusia, na Flórida, e sentenciado a 12 meses de prisão.
Noviello cumpriu apenas cerca de 125 dias de sua pena, com créditos por bom comportamento e tempo cumprido, segundo Daniel Leising, advogado que o representou no caso. O advogado acrescentou, ainda de acordo com a CNN, que a última vez que teve notícias de Noviello foi em fevereiro, quando um juiz lhe concedeu serviço comunitário.
Em maio deste ano, agentes do ICE prenderam Noviello no escritório de liberdade condicional do Departamento de Correções da Flórida, onde estava detido aguardando o processo de remoção por ter violado as leis de drogas dos EUA.
Sua morte ocorreu em meio a inúmeras prisões realizadas por agentes do ICE, como parte da repressão do presidente dos EUA, Donald Trump, à imigração. Trump emitiu várias ordens executivas com o objetivo de deportar milhões de imigrantes em situação irregular.
O ICE, por sua vez, assegurou que os migrantes detidos têm acesso a cuidados de emergência 24 horas enquanto estiverem sob custódia e disse que está "comprometido em garantir que todos aqueles sob sua custódia residam em ambientes seguros, protegidos e humanos".

