Com dois presos, operação da Polícia Civil interdita fábrica de bebida clandestina no Recife
Segundo delegado, não há indícios do uso de metanol na produção; dois homens foram presos
A Polícia Civil de Pernambuco detalhou, nesta terça-feira (7), a prisão de dois homens presos em flagrante pela fabricação e comercialização clandestina de bebidas alcoólicas. Segundo o delegado Ernesto Novaes, titular da Delegacia da Rio Branco, no bairro do Recife, por enquanto não há indícios do uso de metanol na produção. A fábrica, em San Martin, na Zona Oeste da capital pernambucana, foi interditada.
"Não identificamos a presença de metanol no composto dessa bebida, porque ainda serão submetidas à análise. O material foi apreendido, parte pela Polícia Civil, outra parte pelo Ministério da Agricultura e ambas as amostras serão submetidas a análises nos laboratórios oficiais, pelo Instituto de Criminalística, através da Polícia Científica, e pelos laboratórios do Ministério da Agricultura e Pecuária", pontuou o delegado.
"Após o resultado desse laudo é que nós vamos efetivamente saber o que compunha essa bebida, para além do teor alcoólico, o que mais era misturado nela", prosseguiu.
Os homens, que têm 39 e 46 anos, foram encontrados no estabelecimento comercial no bairro San Martin, na última segunda-feira (6). A ação foi deflagrada para dar cumprimento a um mandado de busca e apreensão expedido pela 12ª Vara Criminal da Capital. A informação da produção de bebida clandestina se deu através de denúncia. A investigação teve início no fim de 2024 e demandou mais tempo após os suspeitos mudarem o local de fabricação.
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Segundo Ernesto Novaes, o tipo de bebida que era produzida no local é permitida no País, mas desde que os fabricantes venham a possuir as autorizações legais por parte do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Os homens forneciam o produto para cidades como Gravatá e Petrolina, em Pernambuco, além de capitais como João Pessoa, Maceió e Natal.
"Eles produziam o que se chama de bebida alcoólica mista. Ou seja, uma bebida que tem como base o aguardente, mas recebe na sua composição outras misturas. É um tipo de bebida cuja produção é permitida, porém se o produtor tiver as devidas licenças, o que não ocorria neste caso. Eles produziam este material de forma absolutamente clandestina, fornecendo para grande parte das capitais do Nordeste", explicou o delegado.
Durante a diligência, foram apreendidos equipamentos de produção, como envazadora, fogão industrial e soprador térmico, além de rótulos falsificados, bebidas adulteradas e eletrônicos utilizados na atividade ilícita.
A fiscalização do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) constatou ainda a ausência de registro legal do estabelecimento e lavrou autos de infração, inspeção e fechamento do local. A investigação identificou ainda o uso indevido de um CNPJ cancelado, documentos falsificados e adulteração no medidor de energia elétrica, levantando suspeita de furto.
Dessa forma, os homens foram autuados pelos crimes de falsidade ideológica, falsificação de produto alimentício, crimes contra as relações de consumo, concorrência desleal e crimes contra a ordem tributária, além da suspeita de furto de energia.

