Sáb, 06 de Dezembro

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Começa julgamento por assassinato de criança em crime de ódio ligado à guerra Israel-Hamas

Crime ocorreu uma semana após o ataque surpresa do Hamas ao sul israelense, que deixou 1.215 mortos

Velas são colocadas em um memorial improvisado em frente aos retratos de reféns israelenses falecidosVelas são colocadas em um memorial improvisado em frente aos retratos de reféns israelenses falecidos - Foto: Jack Guez / AFP

O julgamento contra um homem de 73 anos acusado de assassinar um menino palestino-americano no estado de Illinois começou nesta terça-feira (25), em um caso que a polícia associou à guerra entre o movimento islamista Hamas e Israel.

Joseph Czuba se declarou inocente dos crimes de homicídio, tentativa de homicídio e crime de ódio, após ter esfaqueado Wadea al Fayoumi, de seis anos, dezenas de vezes e ter ferido gravemente a mãe da criança, Hanan Shaheen, em 14 de outubro de 2023 no oeste de Chicago.

O crime ocorreu uma semana após o ataque surpresa do Hamas ao sul israelense, que deixou 1.215 mortos. Em represália, o governo de Israel declarou guerra e iniciou uma complexa operação militar na Faixa de Gaza, que matou mais de 48.300 pessoas até o momento.

O júri foi reunido em um tribunal do Condado de Will na segunda-feira e o julgamento deve durar uma semana.

Na época em que o crime foi cometido, o gabinete do xerife de Will informou que as vítimas foram alvos do ataque "porque eram muçulmanas e devido ao conflito em andamento no Oriente Médio envolvendo o Hamas e os israelenses".

Czuba, que era o locador da residência onde morava a família muçulmana, supostamente esfaqueou o menino 26 vezes.

Em declaração à imprensa antes do julgamento, Joseph Milburn, um advogado do Conselho de Relações americanas-islâmicas, pediu prisão perpétua para o acusado. "Assim, podemos enviar uma mensagem de que os crimes de ódio contra qualquer pessoa com base em sua religião e origem não são tolerados", afirmou.

O então presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, classificou o ataque como um "terrível ato de ódio" que "não tem lugar nos Estados Unidos e é contra nossos valores fundamentais: livres do medo por como oramos, no que acreditamos e quem somos".

"A família palestina muçulmana do menino veio para os Estados Unidos buscando o que todos nós buscamos, um refúgio para viver, aprender e orar em paz. Como americanos, devemos nos unir e rejeitar a islamofobia e todas as formas de intolerância e ódio", disse Biden em comunicado.

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