Dormir ajuda a resolver problemas: conheça 3 descobertas recentes sobre o sono
Com avanços na tecnologia e nas técnicas analíticas foi possível ter uma visão mais profunda do cérebro adormecido
A ciência tenta explicar há anos e anos por que passamos tanto tempo dormindo. Mas foi na última década, graças a modelos experimentais, avanços na tecnologia e nas técnicas analíticas, que foi possível ter uma visão mais profunda do cérebro adormecido. A seguir, três grandes descobertas, elencadas pelo The Conversation.
O cérebro repete memórias enquanto dormimos
Uma revisão publicada em 2023 mostrou que as memórias formadas durante o dia são reativadas enquanto estamos dormindo. Os pesquisadores descobriram isso usando técnicas de aprendizado de para “decodificar” o conteúdo do cérebro adormecido.
Um estudo de 2021 descobriu que o treinamento de algoritmos para distinguir diferentes memórias enquanto estamos acordados torna possível ver os mesmos padrões neurais reaparecerem no cérebro adormecido.
Leia também
• Insônia: da genética a hábitos, o que causa a dificuldade para dormir? Qual o melhor tratamento?
• Higiene do sono: conheça 10 hábitos para dormir bem e não ficar acordado até tarde
• Problemas para dormir? Médico compartilha um jogo cerebral simples que ajuda a pegar no sono
Em outras abordagens, os cientistas conseguiram reativar determinadas memórias ao reproduzir sons associados à memória enquanto os participantes estavam dormindo. Quando a memória foi testada após o sono, eles lembraram mais dos estímulos cujos sons foram reproduzidos durante o sono, em comparação aos estímulos de controle cujos sons não foram reproduzidos.
A pesquisa também demonstrou que o sono reestrutura nossas memórias para formar narrativas mais coesas e nos ajuda a encontrar soluções para problemas. A ciência está mostrando que dormir realmente ajuda a ter uma vida mais decomplicada.
O sono mantém a mente saudável
Estudos em que os pesquisadores mantêm os participantes acordados durante toda a noite, foram combinados com exames cerebrais de ressonância magnética funcional para traçar um quadro detalhado do cérebro privado de sono. Os trabalhos mostraram que a falta de sono interrompe gravemente a conectividade entre diferentes redes cerebrais. As alterações incluem um colapso da conectividade entre as regiões cerebrais responsáveis pelo controle cognitivo e uma amplificação das regiões envolvidas no processamento de ameaças e emoções.
A consequência é que o cérebro privado de sono é pior em aprender novas informações e pior em regular as emoções.
O sono protege de doenças neurodegenerativas
Problemas de sono no início da vida aumentam o risco de demência. Recentemente, tornou-se evidente que o sono profundo ajuda eliminar toxinas do cérebro. A privação do sono aumenta a taxa de acúmulo de β-amiloide (associado ao Alzheimer), em partes do cérebro envolvidas na memória, como o hipocampo. Problemas de sono estavam associados a uma taxa mais alta de acúmulo de β-amiloide em um acompanhamento quatro anos depois. O sono bom reduz os sintomas de depressão, ansiedade e estresse.

