Sex, 05 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
PALESTINA

Doze países formam coalizão para apoiar financeiramente a Autoridade Palestina

A iniciativa busca estabilizar as finanças da Autoridade, preservar sua capacidade de governar, fornecer serviços essenciais e manter a segurança

Palestinos caminham com sacolas de ajuda humanitária recebidas em um centro de distribuição administrado pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF)Palestinos caminham com sacolas de ajuda humanitária recebidas em um centro de distribuição administrado pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF) - Foto: Eyad Baba / AFP

Doze países, incluindo Espanha, Reino Unido, França, Japão e Arábia Saudita, anunciaram nesta sexta-feira (26) uma nova coalizão para financiar os cofres da Autoridade Palestina, com problemas de liquidez porque Israel retém seus rendimentos fiscais.

A Coalizão de Emergência para a Sustentabilidade Financeira da Autoridade Palestina "foi estabelecida em resposta à urgente e inédita crise financeira" enfrentada pela Autoridade Palestina, indicou em um comunicado o Ministério das Relações Exteriores da Espanha.

A iniciativa busca estabilizar as finanças da Autoridade, localizada em Ramallah, preservar sua capacidade de governar, fornecer serviços essenciais e manter a segurança, "todos elementos indispensáveis para a estabilidade regional e para preservar a solução de dois Estados", aponta o comunicado.

O texto, em inglês, menciona as "significativas contribuições financeiras" anteriores e defende um "apoio sustentado" por parte da coalizão, sem especificar quantias nem países.

Bélgica, Dinamarca, Islândia, Irlanda, Noruega, Eslovênia e Suíça também fazem parte do grupo.

O gabinete do primeiro-ministro palestino, Mohammad Mustafa, afirmou que os doadores prometeram pelo menos 170 milhões de dólares (908,4 milhões de reais) para financiar a Autoridade Palestina.

A Arábia Saudita fornecerá 90 milhões de dólares (480,9 milhões de reais), segundo meios estatais, que citaram o chanceler, príncipe Faisal bin Farhan.

O comunicado indica que os países vão trabalhar com instituições financeiras internacionais e outros parceiros "para mobilizar recursos, apoiar a governança e as reformas econômicas atuais e garantir total transparência e responsabilidade".

Israel arrecada rendimentos fiscais em nome da Autoridade Palestina, segundo o Protocolo de Paris de 1994.

Mas desde que estourou a guerra de Gaza em outubro de 2023, Israel tem retido rendimentos fiscais da Autoridade Palestina, que afirma que serviços básicos como saúde e educação se deterioraram e que a pobreza disparou.

Israel alega que parte do dinheiro que retém destina-se a cobrir custos como a eletricidade que vende aos palestinos.

No entanto, o ministro israelense das Finanças, Bezalel Smotrich (extrema direita), deixou de transferir o dinheiro à Autoridade Palestina há quatro meses e disse que queria que o governo palestino colapsasse através de um "estrangulamento econômico", impedindo assim a criação de um Estado da Palestina.

"Os ministros exigem que Israel liberte imediatamente todos os rendimentos fiscais palestinos e pare qualquer medida que obstrua ou enfraqueça a Autoridade Palestina ou a coloque em risco de colapso", aponta o comunicado da coalizão.

O anúncio coincidiu com a decisão de aliados tradicionais de Israel, como França e Reino Unido, de reconhecerem o Estado da Palestina na Assembleia Geral da ONU esta semana em Nova York.

Veja também

Newsletter