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POLÍCIA FEDERAL

Empresário turco-brasileiro é preso por determinação do STF após pedido do governo Erdogan

Defesa de Göktepe diz que pedirá revogação da prisão e cita perseguição política

Polícia FederalPolícia Federal - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Está preso na Polícia Federal, em São Paulo, o empresário turco-brasileiro Mustafa Göktepe. Ele teve a prisão cautelar para fins de extradição determinada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido do governo da Turquia, que o acusa de integrar uma organização terrorista. O empresário é rival do presidente turco.

O advogado dele, Beto Vasconcelos, diz que irá pedir a soltura do seu cliente e chamou o pedido de extradição do governo turco de “uma violenta e ilegal perseguição política”.

 

“Mustafa é brasileiro naturalizado há 13 anos, residente estável no Brasil há 21 anos, é casado com uma brasileira, pai de duas filhas brasileiras, empresário, professor visitante na USP, conhecido pela defesa da democracia, tolerância política e religiosa”, afirmou.

Goktepe mora no Brasil há 20 anos. Ele é membro do movimento Hizmet, organização ligada ao clérigo Fethullah Gülen, que morreu em 2024 no exílio nos Estados Unidos. Gulen era um ex-aliado que virou desafeto do presidente turco Recep Tayyip Erdogan. O Hizmet é hoje considerado terrorista pelo governo da Turquia.

O governo Erdogan diz que o Hizmet está envolvido na tentativa de golpe em 2016 e acusa Goktepe de fazer parte de uma organização terrorista.

A decisão do ministro do STF afirma que o pedido do governo turco cumpre os requisitos exigidos pela Lei de Migração brasileira, como a apresentação de documentos que identificam o acusado, descrevem os fatos e atestam a ordem judicial emitida pela Turquia.

O mérito da extradição ainda será julgado.

“O STF, por duas vezes e de forma unânime, já negou pedidos idênticos a este. Tenho confiança de que, assim que o STF receber nossas informações, revogará a prisão e negará a extradição”, afirma o advogado.

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