Sáb, 06 de Dezembro

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ESTADOS UNIDOS

EUA suspende licença de venda de vacina contra chikungunya por efeitos colaterais "graves"

Especialistas dizem que a doença representa uma potencial ameaça pandêmica à medida que a mudança climática empurra os mosquitos transmissores para novas regiões

Mosquito Aedes Aegypti, responsável pela transmissão da chikungunyaMosquito Aedes Aegypti, responsável pela transmissão da chikungunya - Foto: Valery HACHE / AFP

As autoridades de saúde dos Estados Unidos suspenderam a licença de venda de uma vacina contra o vírus chikungunya, Ixchiq, após relatos de que provocou "efeitos adversos graves", anunciou nesta segunda-feira a empresa francesa Valneva, que produz o medicamento.

A Ixchiq é uma das duas únicas vacinas aprovadas pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) contra o vírus transmitido por mosquitos, que é endêmico nas regiões tropicais e subtropicais do mundo.

A empresa farmacêutica Valneva recebeu a aprovação da FDA para a vacina em 2023, mas relatos sobre efeitos colaterais provocaram revisões da licença, também por parte da Agência Europeia de Medicamentos, em particular sobre seu uso em pacientes idosos.

"A suspensão da licença tem efeito imediato", anunciou a Valneva a respeito da ordem da FDA emitida na sexta-feira, que cita quatro casos adicionais de efeitos colaterais graves, três deles envolvendo pessoas com idades entre 70 e 82 anos.

"Enquanto determinamos os possíveis próximos passos, e considerando que a clara ameaça do chikungunya continua aumentando globalmente, a Valneva permanece totalmente comprometida em manter o acesso à nossa vacina como uma ferramenta de saúde global", afirmou em um comunicado o CEO da empresa, Thomas Lingelbach.

A empresa farmacêutica acrescentou que está avaliando o impacto financeiro da suspensão.

Especialistas em saúde pública dizem que o chikungunya representa uma potencial ameaça pandêmica futura à medida que a mudança climática empurra os mosquitos que a transmitem para novas regiões.

Este ano, a Europa registrou 27 focos de chikungunya, um novo recorde para o continente, segundo dados do Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Doenças (ECDC).

O chikungunya raramente é fatal, mas representa um risco maior de morte para bebês e idosos.

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