FBI consegue acesso ao celular de atirador de tentativa de assassinato contra Trump
Investigadores buscam pistas sobre a motivação do crime e o envolvimento de terceiros
Especialistas técnicos do FBI conseguiram acesso ao telefone celular de Thomas Matthew Crooks, franco-atirador de 20 anos que tentou assassinar o ex-presidente Donald Trump em um comício na Pensilvânia no sábado.
Segundo comunicado desta segunda-feira, os investigadores estão em busca de pistas sobre as motivações do crime nos seus dispositivos eletrônicos.
Em nota, o FBI disse ter concluído as buscas na residência e no veículo de Crooks. Segundo os agentes, quase 100 entrevistas foram realizadas desde sábado com policiais, participantes do evento e outras testemunhas.
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O acesso ao celular de Crooks era uma prioridade máxima para o FBI. Os agentes enviaram o aparelho para o laboratório do FBI em Quantico, Virgínia.
Anteriormente, as autoridades disseram que as poucas informações que conseguiram obter sobre as comunicações recentes de Crooks não revelaram nada sobre o motivo ou sugeriram o envolvimento de outra pessoa.
"O FBI recebeu centenas de dicas de mídia digital que incluem fotos e vídeos feitos na cena do crime e continuamos a analisar as dicas recebidas", disse o departamento em um comunicado.
O atirador de Trump já estava na mira, e foi abatido imediatamente após os tiros sobre o candidato. Como se explica isto? pic.twitter.com/5MhYkFxk72
— geopol.pt (@GeopolPt) July 14, 2024
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Quem era o atirador
Natural de Bethel, na Pensilvânia, Crooks havia se formado há dois meses na Faculdade Comunitária do Condado de Allegheny em Ciências da Engenharia, segundo funcionários da instituição. Ele trabalhava como assistente de nutrição no Centro de Enfermagem e Reabilitação Bethel Park Skilled.
Relatos de antigos colegas de escola indicaram que Crooks sofria bullying por ter dificuldades de se encaixar, mas que parecia um garoto inteligente. Em coletiva, autoridades do FBI disseram não ter encontrando indicativos de que ele sofria algum tipo de transtorno mental.
Thomas Matthew Crooks tinha 20 anos
O FBI não encontrou também nenhuma evidência de condutas ameaçadoras on-line ou vínculos com uma ideologia específica — embora ele estivesse registrado como eleitor do Partido Republicano.
A rede social Discord disse ter identificado e excluído uma conta ligada ao atirador. "Ela raramente era utilizada, não era usada há meses e não encontramos nenhuma evidência de que tenha sido usada para planejar esse incidente, promover a violência ou discutir suas opiniões políticas", disse a empresa em comunicado.
Modus operandi
Crooks se posicionou no telhado de um prédio nas cercanias do local do comício. No momento em que Trump discursava para apoiadores, ouviu-se os disparos — oito, segundo contabilização do New York Times — e o ex-presidente se abaixou, sendo protegido por agentes do Serviço Secreto.
Trump foi atingido levemente na orelha direta, ainda não se sabe se por um projétil ou por estilhaços, e levantou-se já sangrando.
Segundo o FBI, Crooks usou um fuzil AR-15 semiautomático comprado legalmente. A arma foi encontrada no local do crime, ao lado do corpo do atirador. Investigadores encontraram um dispositivo suspeito quando revistaram o carro do jovem.
Ele foi inspecionado por técnicos em bombas, foi considerado seguro e está sendo analisado em um laboratório em Quantico, no estado americano da Virgínia.