Fiéis antecipam visita ao Morro da Conceição na véspera do dia da padroeira

Na véspera do dia de Nossa Senhora da Conceição, nesta terça-feira (7), fiéis subiram ao Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife, para prestar homenagens à padroeira afetiva da capital pernambucana.

Com itens religiosos mais caros e até caminhada de cerca de 100 quilômetros, os devotos da santa anteciparam a visita ao Santuário. A festa terá seu encerramento nesta quarta-feira (8), com 16 missas da 0h até 15h e uma de encerramento, às 19h30. Uma carreata sairá da Prefeitura do Recife até o morro, às 16h. 

Nesta terça, será celebrado e encerramento da novena, às 19h30. Antes, haverá um momento mariano, às 18h. A última missa do dia será celebrada às 16h. 

Pela sexta vez, o agricultor José Marcelino, de 68 anos, saiu de Vicência, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, e caminhou a pé até o Morro da Conceição, um trajeto de quase 100 quilômetros. 

“Ano passado vim com pandemia, esse ano de novo, é a sexta vez consecutiva. Nossa Senhora, a mãe de Jesus, é muito especial na minha vida. Eu tinha problema no joelho, queria vir e não podia. Eu pedi para que ela intercedesse junto ao seu filho e, no dia em que eu pudesse vir, vinha aqui agradecer a ela”, contou. 

Já Adriana Oliveira, moradora do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR), faz a primeira visita ao morro. “Vou vir todo ano de novo, em nome de Jesus. A gente tem mais que agradecer a Deus do que pedir. Nossa Senhora é nossa mãe, nossa rainha e faz tudo por nós”, disse.

A devota Dalva Francisca da Silva também aproveitou a véspera para visitar o Santuário. “Não tem tanta gente, amanhã é mais cheio. Só tenho que agradecer, não tenho que pedir mais nada a ela. Só gratidão. Escapou minha família toda da Covid. Amanhã fico em casa vendo pela televisão”, falou.

Devoção mais cara
A ambulante Elizabete Ribeiro, que comercializa há nove anos na Festa do Morro, reclamou dos preços dos produtos. Segundo ela, o movimento é mais fraco este ano e o faturamento ficou abaixo do esperado.

“Do dia 28 [início da festa] para agora, do meu, tirando o que investi, R$ 50, só apurei R$ 150. A expectativa era R$ 600, R$ 700”, disse. Ela vende duas velas por R$ 5, dois calendários por R$ 5 e água mineral por R$ 1,50.

“Uma caixa de vela é R$ 30. Pelo certo seria a gente vender a R$ 3, faturar um pouquinho, mas o povo não quer dar. Quer dar R$ 2, três por R$ 5”, acrescentou.

No ano passado, conta a ambulante, a caixa de vela era mais barata e custava, no máximo, R$ 5. “Ano passado dava para tirar meio a meio”, lamentou. 

Já a comerciante Lúcia Francisca Alves, há 50 anos na Festa do Morro, afirma que a movimentação nesta edição da Festa do Morro está regular.

“Consegui vender muita coisa, falta pouco para terminar. Esse ano vendi mais”, disse ela, que é proprietária de uma barraca mais próxima ao templo e que tem cadastro na Diretoria de Controle Urbano (Dircon). 

Os preços dos itens religiosos aumentaram, corrobora Lúcia, mas ela diz que consegue lucrar. “A expectativa para amanhã é pegar mais para botar aqui porque já está acabando. “Quando sobra, enrolo tudinho e guardo para o próximo ano”, finalizou. 

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