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Haiti bate recorde de mais de 1,4 milhão de deslocados, segundo ONU

O número, composto majoritariamente por crianças e mulheres, representa um aumento de 36% desde o fim de 2024

Mochilas e pertences de uma família que fugiu da violência de gangues estão pendurados na parede de um abrigo perto do Palácio Nacional em Porto Príncipe, Haiti, em 31 de março de 2025.Mochilas e pertences de uma família que fugiu da violência de gangues estão pendurados na parede de um abrigo perto do Palácio Nacional em Porto Príncipe, Haiti, em 31 de março de 2025. - Foto: Clarens Siffroy / AFP

O Haiti atingiu a marca mais alta de deslocados de sua história: 1,4 milhão de pessoas foram forçadas a deixar suas casas devido à escalada da violência de gangues, anunciou a Organização Internacional para as Migrações (OIM) nesta quarta-feira (15).

O número, composto majoritariamente por crianças e mulheres, representa um aumento de 36% desde o fim de 2024 e a marca "mais alta já registrada no país", segundo a agência da ONU em um comunicado.

"A gravidade desta crise exige uma resposta mais intensa e sustentada", afirmou Grégoire Goodstein, chefe da missão da OIM no Haiti. "A generosidade das comunidades haitianas que acolhem pessoas deslocadas deve ser correspondida com um renovado apoio internacional", completou.

O país mais pobre das Américas sofre há muito tempo com a violência de grupos criminosos que cometem assassinatos, estupros, saques e sequestros, em um contexto de instabilidade política crônica.

A situação se deteriorou ainda mais desde o início de 2024, quando as gangues forçaram o então primeiro-ministro Ariel Henry a renunciar.

O país, que não registra eleições desde 2016, é atualmente governado por um Conselho Presidencial de transição.

Embora os grupos criminosos controlem quase a totalidade de Porto Príncipe, a crise se estende para além desta capital, indicou a OIM.

Segundo a organização, 64% dos novos deslocamentos ocorreram fora desta região, particularmente nos departamentos de Central e Artibonito, onde os ataques dos grupos armados se multiplicaram em 2025.

Os centros de acolhimento para deslocados já estão superlotados e a situação se agravou ainda mais pela expulsão de mais de 207 mil haitianos da República Dominicana no início deste ano, acrescentou a OIM.

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