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Homem que morreu em explosão no Tatuapé fabricava pólvora em casa, diz polícia de SP

Mariano era baloeiro e respondia a dois processos pelo crime, de acordo com o delegado Filipe Soares, da 5ª Cerco

Explosão de galpão com fogos de artifício mata uma pessoa em São PauloExplosão de galpão com fogos de artifício mata uma pessoa em São Paulo - Foto: Reprodução/X

A investigação do caso em que um homem morreu na última quinta-feira (13) após a explosão de uma casa utilizada como depósito clandestino de fogos de artifício no Tatuapé, zona leste de São Paulo, indica que ele fabricava pólvora no local. O comandante Vitor Capello Haddad, do Esquadrão de Bombas do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) da Polícia Militar do Estado de São Paulo, disse em entrevista à TV Globo que os indícios apontam que Adir Mariano não apenas montava artefatos explosivos, mas também produzia pólvora.

Segundo Haddad, foram encontradas diversas ferramentas no local, como prensa, peneira e balança. Ele afirmou ainda que foram apreendidos mais de 1,2 mil foguetes, que estavam no interior de um veículo e não foram acionados. Entre os itens localizados pelos policiais, havia também uma bomba com quase um quilo de pólvora.

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo disse que o caso é investigado pela 5ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco), que "trabalha para identificar todos os envolvidos, incluindo eventuais fornecedores do material apreendido."

Mariano era baloeiro e respondia a dois processos pelo crime, de acordo com o delegado Filipe Soares, da 5ª Cerco. "Ele tem passagem pela polícia em 2011 e 2012 por soltar balões. Foi capturado [à época] pela Polícia Civil e estava respondendo ao processo. Em um deles, foi absolvido", afirmou Soares.

A explosão que matou o suspeito ocorreu na Rua Francisco Bueno, altura do número 73, por volta das 19h50 de quinta-feira. As rajadas de fogos artifício cruzaram a Avenida Salim Farah Maluf, que fica a poucos metros do imóvel. Imagens que circularam nas redes sociais flagraram uma área em chamas e uma grande coluna de fumaça nos arredores de prédios. Câmeras de monitoramento registraram o momento da explosão, com várias rajadas de fogos de artifício.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, além da morte de Mariano - encontrado carbonizado -, a explosão deixou 10 feridos. Uma mulher com traumatismo craniano e um homem com escoriações foram encaminhados ao Hospital Nipo-Brasileiro; um homem com otorragia (sangramento do ouvido) foi levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) a um pronto-socorro no Tatuapé; outro homem, com ferimento na mão, foi atendido pelo convênio; e outras seis pessoas, com ferimentos leves, foram avaliadas no local e liberadas. Ao todo, 23 casas foram interditadas, mas, até o fim de sexta-feira (14) apenas 11 permaneciam bloqueadas.

Mariano morava no local com a mulher havia 40 dias. Ela disse à polícia que não sabia que os materiais eram guardados no fundo da residência. O celular dela foi apreendido e passará por perícia. Os itens apreendidos pelo GATE também serão periciados. A Polícia Civil investiga se o suspeito atuava sozinho e quem fornecia os materiais.

Segundo Soares, a principal hipótese, até o momento, é de que Adir manuseava os artefatos na hora da explosão. "Ele não tinha nenhuma autorização da prefeitura e de outro órgão público para armazenar equipamentos explosivos em uma área residencial", disse o delegado.

O caso foi registrado como explosão, crime ambiental e lesão corporal. "O armazenamento ilegal de materiais explosivos representa grave risco à vida e à integridade da população. Todas as medidas cabíveis estão sendo adotadas para esclarecer os fatos e responsabilizar eventuais envolvidos", disse a SSP.
 

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