Sáb, 06 de Dezembro

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CIÊNCIA

Homem vive por 100 dias com coração artificial de titânio antes de receber transplante

Paciente foi diagnosticado com insuficiência cardíaca grave e estava internado em hospital da Austrália

Modelo de coração feito de titânioModelo de coração feito de titânio - Foto: BiVACOR/Divulgação

Um homem de 40 anos diagnosticado com insuficiência cardíaca grave passou 100 dias vivendo com um coração de titânio enquanto aguardava por um transplante. 

Divulgado nesta semana, o caso foi registrado pelo Hospital St. Vincent’s, em Sidney, na Austrália. 

O dispositivo artificial foi desenvolvido pela Universidade Monash, também da Austrália, em parceria com uma empresa norte-americana.

Recorde de tempo de uso
O implante artificial, que ainda está em fase de testes, foi realizado em novembro do ano passado e removido apenas em fevereiro deste ano.

Esse é período mais longo de um paciente utilizando o aparelho. Além do recorde de tempo, o paciente também foi a primeira pessoa a deixar o hospital com o dispositivo ainda em funcionamento.

Após os 100 dias de espera, o homem recebeu a doação de um coração e está se recuperando bem, de acordo com o Hospital St. Vincent’s.

Coração de titânio utiliza um rotor para funcionar | Foto: BiVACOR/DivulgaçãoCoração de titânio utiliza um rotor para funcionar | Foto: BiVACOR/Divulgação

Como funciona o coração artificial
O dispositivo feito de titânio é equipado com uma parte móvel que substitui os ventrículos do coração humano e é capaz de bombear o sangue para o corpo e pulmões.

Apesar de ser capaz de bombear o sangue, o coração de titânio não "bate". Isso porque o aparelho usa um rotor - um tipo de hélice - levitado por ímãs e capaz de girar de forma contínua para manter o fluxo sanguíneo.

Como não possui válvulas ou apoios mecânicos, o dispositivo tem maior capacidade para resistir ao desgaste. Dessa forma, seu uso pode ser prolongado. 

Ao ser implantado, o aparelho é conectado ao corpo por tubos que levam o sangue por meio das artérias principais.

Para garantir o funcionamento, o coração de titânio conta, ainda, com uma bateria externa capaz de fornecer energia para o rotor. 

Revolução para a saúde
O aparelho pode representar uma grande evolução no tratamento da insuficiência cardíaca grave.

Na doença, os ventrículos não conseguem bombear o sangue de forma eficiente para o corpo, o que pode trazer graves consequências para o paciente acometido com a enfermidade.

Até o momento, o dispositivo já foi usado durante um estudo da FDA (Food and Drug Administration), órgão equivalente à Anvisa nos Estados Unidos.

O primeiro implante do tipo aconteceu em julho de 2024. Na ocasião, um homem de 58 anos passou oito dias com o coração de titânio até receber um transplante.

De acordo com o Hospital St. Vincent’s, o procedimento “marca uma nova era no transplante cardíaco”.

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