Huthis voltam a dissuadir funcionários da ONU
Rebeldes assediaram e detiveram bolsas de funcionários da ONU e de ajuda humanitária
Os huthis do Iêmen detiveram nesta quinta-feira (18) dez funcionários locais das Nações Unidas, informaram a organização, na mais recente operação contra o seu pessoal, que há vários anos é alvo dos rebeldes.
Nos últimos anos, os huthis assediaram e detiveram bolsas de funcionários da ONU e de ajuda humanitária, acusando-os de espionagem para os Estados Unidos e Israel, o que no Iêmen é punível com pena de morte, e que a ONU rejeita de forma categórica.
Os rebeldes intensificaram esse tipo de prisão desde o início da guerra em Gaza, há mais de dois anos e, mais recentemente, após os ataques israelenses que eliminaram quase metade do governo rebelde, incluindo o primeiro-ministro, em agosto.
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“Podemos confirmar a detenção arbitrária hoje de dez membros do pessoal da ONU pelas autoridades ‘de facto’ huthis em Sanaa, o que eleva o número total de detidos da ONU para 69”, disse Farhan Haq, porta-voz adjunto do secretário-geral da ONU, António Guterres.
A organização internacional confirmou que todos os funcionários eram iemenitas.
As últimas detenções ocorreram dias depois de Guterres denunciar que "vários" dos 59 funcionários das Nações Unidas detidos "arbitrariamente" pelos rebeldes iemenitas foram apresentados perante um tribunal especial huthi.
Os huthis utilizam seu sistema judicial para perseguir ONGs, jornalistas e opositores.
No mês passado, um tribunal huthi condenou 17 pessoas à morte por acusações de espionagem contra Israel, Estados Unidos e Arábia Saudita, segundo a mídia rebelde.
Em meados de setembro, o coordenador humanitário da ONU no Iêmen foi transferido de Sanaa para Áden, sede do governo iemenita reconhecida internacionalmente.
Dez anos de guerra civil mergulharam o Iêmen, o país mais pobre da península Arábica, em uma das piores crises humanitárias do mundo, segundo a ONU.

