Sáb, 06 de Dezembro

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Idosa morre após procedimento estético feito por falso biomédico em São Paulo

A vítima, de 75 anos, pagou R$ 1.500 pelo procedimento realizado em uma clínica clandestina

Rodrigues se entregou à Polícia Civil na segunda-feira (1º) após ter a prisão preventiva decretadaRodrigues se entregou à Polícia Civil na segunda-feira (1º) após ter a prisão preventiva decretada - Foto: Instagram/Reprodução

Uma idosa de 75 anos morreu dois dias após se submeter a um procedimento estético em uma clínica clandestina na zona sul de São Paulo. Maria Ribeiro Baptista sofreu uma parada cardiorrespiratória e, segundo a investigação, o atendimento foi feito por um homem que se apresentava como biomédico, mas não possuía registro profissional.

De acordo com o Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região, responsável pela fiscalização em São Paulo, Jonatas Davi Rodrigues, que atuava com o nome falso de Pietro Rodrigues, não era inscrito no conselho. A autarquia reforça que somente profissionais habilitados em biomedicina estética podem realizar procedimentos minimamente invasivos, como os ofertados pela clínica.

Rodrigues se entregou à Polícia Civil na segunda-feira (1º) após ter a prisão preventiva decretada. Em depoimento, ele afirmou que foi procurado pela idosa para realizar um preenchimento conhecido como “marionete”, que suaviza as linhas que vão dos cantos da boca ao queixo.

A paciente pagou R$ 1.500 pelo procedimento, e a polícia trabalha com a hipótese de que tenha sido aplicado ácido hialurônico.

No entanto, mensagens de agendamento recuperadas pela investigação indicam que o serviço solicitado poderia ser a inserção de fios na pele, sem especificação do material utilizado. O laudo pericial deve confirmar qual substância foi injetada.

Nas redes sociais, o suspeito, de 31 anos, se apresentava como biomédico tanto no perfil pessoal quanto no da clínica. Segundo a delegada responsável pelo caso, além de não possuir habilitação, ele não tinha autorização para prescrever medicamentos ou realizar procedimentos estéticos, o que configura exercício ilegal da profissão. A investigação segue em andamento.

Mulher

A idosa realizou o procedimento no dia 25 de novembro, sem informar a família. Na véspera, uma das filhas viu no celular da mãe a confirmação do serviço na clínica de Jonatas Davi Rodrigues, que usa o nome comercial Pietro Rodrigues, e pediu que ela não avançasse antes de consultar a irmã médica. 

Maria garantiu que cancelaria o agendamento, mas no dia marcado faltou a um compromisso com o filho e reapareceu horas depois com hematomas no rosto, alegando ter se machucado ao bater em um pilar. A família desconfiou e, no dia seguinte, ela confirmou ter feito a intervenção e relatou ter recebido dois medicamentos, um corticoide e outro para dor. 

Dois dias após o procedimento, começou a sentir dores no estômago e teve vômitos; foi socorrida pela filha e levada à UPA de Santa Isabel em parada cardiorrespiratória. Apesar das tentativas de reanimação, morreu, e a causa da morte ainda não foi esclarecida.

 

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