Sex, 05 de Dezembro

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Indústria brasileira começa 2º semestre sem recuperar confiança, afirma CNI

Os dados ainda não consideram os efeitos do tarifaço

Prédio da Confederação Nacional da Indústria (CNI).Prédio da Confederação Nacional da Indústria (CNI). - Foto: Reprodução

A indústria brasileira começou o segundo semestre do ano sem recuperar a confiança. É o que mostra o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) - Resultados Setoriais, divulgado nesta terça-feira (22) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a pesquisa, 21 dos 29 setores industriais analisados registraram queda na confiança em julho.

Segundo a CNI, os dados ainda não consideram os efeitos do tarifaço imposto aos produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donaldo Trump. "Foi um grande recuo generalizado, mas ainda não reflete completamente a opinião dos empresários industriais sobre o anúncio de aumento das tarifas de importação do governo americano, pois a pesquisa foi realizada nos primeiros dias de julho", explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo. Para Azevedo, a redução na confiança está diretamente ligada ao último aumento da taxa Selic.

A queda do índice de confiança foi mais forte na região Norte, onde o indicador passou de 53 pontos em junho para 50 pontos em julho, sinalizando uma transição da confiança para a neutralidade. O índice da CNI varia de zero a 100 pontos, sendo que números acima de 50 indicam confiança e abaixo, falta de confiança.

De acordo com o levantamento, apenas as indústrias do Nordeste permanecem confiantes. Empresários do Sudeste, Sul e Centro-Oeste seguem com falta de confiança.

A pesquisa mostra ainda que três segmentos migraram da confiança para a falta de confiança: perfumaria, limpeza e higiene pessoal; produtos diversos; e produtos de borracha. Apenas o setor de manutenção e reparação passou da falta de confiança para a confiança. Ao todo, 23 setores industriais estão sem confiança, enquanto apenas seis permanecem confiantes.

O recuo do índice também ocorreu entre empresas de todos os portes. A maior queda foi registrada entre médias empresas (-1,3 ponto), seguidas pelas grandes (-1,1 ponto) e pequenas (-0,7 ponto).

O levantamento foi feito entre os dias 1º e 10 de julho, com 1 788 empresas industriais, sendo 724 pequenas, 652 médias e 412 grandes.

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