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Instagram vai limitar conteúdo para menores de 13 anos com base em classificação etária de filmes

Novo modelo será adotado com base nas recomendações feitas pela indústria cinematográfica dos EUA

A Meta apresentou, nesta terça-feira (14), um novo filtro destinado às contas de adolescentes no InstagramA Meta apresentou, nesta terça-feira (14), um novo filtro destinado às contas de adolescentes no Instagram - Foto: Reprodução/Instagram

O Instagram está intensificando ainda mais o controle sobre o que os jovens podem ver na plataforma. A rede social, que pertence à Meta, anunciou que começará a limitar o conteúdo que seus usuários adolescentes podem ver, com base num sistema de classificação etária que traz restrições para menores de 13 anos. Não está claro se e quando a mudança chegará ao Brasil.

O sistema que será usado pela empresa é o elaborado pela Motion Picture Association (MPA), organização americana que representa os principais estúdios de cinema de Hollywood. Ela é conhecida, principalmente, por ser responsável pelo sistema de classificação indicativa de filmes nos Estados Unidos.

O Instagram vai usar o Parental Guidance Suggested (algo como Guia de recomendações para pais, em tradução livre) para menores de 13 anos, conhecido como PG-13. Há cinco categorias de classificação desenvolvidas pela MPA, que levam em conta critérios como cenas de sexo, violência, drogas e diálogos com palavrões para decidir se o conteúdo é próprio ou não para cada público.

Ao escolher o padrão PG-13, o Instagram busca tornar sua nova política mais compreensível para os pais, disse Max Eulenstein, chefe de gerenciamento de produto do Instagram. Filmes com classificação PG-13 geralmente contêm alguns palavrões, violência moderada e nudez parcial, embora a Meta tenha afirmado que não recomendará conteúdo com nudez para usuários adolescentes.

— Nosso principal guia na experiência dos adolescentes são os pais e o que eles nos dizem que querem para seus filho. Foi isso que levou a essa mudança e ao foco no padrão PG-13 — disse Eulenstein em entrevista.

A Meta, que também é dona do Facebook, WhatsApp e Messenger, há muito tempo enfrenta preocupações sobre como seus aplicativos afetam crianças, e promete proteger menores de conteúdo inapropriado desde 2008.

Mark Zuckerberg, CEO da empresa, já foi duramente questionado por parlamentares sobre questões de segurança infantil. A companhia enfrenta processos judiciais em tribunais estaduais e federais que a acusam de prejudicar jovens com um produto viciante.

O Instagram possui centenas de milhões de usuários adolescentes, e as novas medidas representam sua atualização mais significativa em moderação de conteúdo para esse público desde a reformulação da política no ano passado, segundo Eulenstein.

Como parte das mudanças anteriores, as contas de menores de 18 anos passaram a ser privadas por padrão, o que significa que apenas seguidores aprovados poderiam ver suas postagens. No Brasil, essa mudança chegou em fevereiro.

As mudanças de segurança implementadas no ano passado limitaram o material que poderia ser exibido no feed dos adolescentes. As mudanças anunciadas nesta terça-feira dificultarão que adolescentes busquem ativamente conteúdo adulto e os impedirão de interagir com certas contas.

O aplicativo também introduzirá uma configuração chamada “Conteúdo Limitado”, que os pais poderão ativar e que será mais restritiva do que o padrão PG-13.

As novas regras também representam uma das primeiras grandes atualizações de segurança da Meta voltadas para chatbots de IA, que estão sendo criticados por interações prejudiciais com alguns usuários.

No Instagram, a empresa oferece “personagens de IA” — chatbots com personalidades fictícias que os usuários podem conversar como se fossem contas humanas. A Meta afirmou que esses chatbots não darão respostas inadequadas para a idade, que não estariam de acordo com um filme classificado como PG-13.

A nova política, que será implementada até o final do ano, também será aplicada às conversas com os chatbots de inteligência artificial da Meta, que estão sendo investigados por parlamentares devido a diálogos inapropriados com crianças.

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