Investidor defendido por Magnitsky diz que Moraes não se enquadra na lei que lutou para aprovar
Após a morte de advogado russo na prisão, William Browder se tornou um defensor do projeto que se tornou legislação sancionada por Barack Obama
Cliente do advogado russo Sergei Magnitsky, cuja morte inspirou a lei que permitiu ao presidente americano Donald Trump sancionar o ministro do STF Alexandre de Moraes nesta quarta-feira, o investidor britânico William Browder criticou o uso da legislação no caso. No X, Browder afirma que Moraes não se enquadra em nenhuma das categorias da lei Magnitsky.
"Passei anos lutando pela aprovação da Lei Magnitsky para acabar com a impunidade contra violadores graves dos direitos humanos e cleptocratas. Pelo que sei, o juiz brasileiro Moraes não se enquadra em nenhuma dessas categorias", escreveu Browder.
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C.E.O. da Hermitage Capital Management, o britânico chegou a ser o maior investidor privado na Rússia, mas foi expulso do país em 2005. Ele havia denunciado casos de corrupção entre oligarcas russos próximos de Vladimir Putin em empresas como a Gazprom, gigante do mercado de energia. Sergei Magnitsky era seu advogado e, em 2009, foi encontrado morto em uma prisão de Moscou, após ser preso.
"Em 2008, o advogado de Bill (William Browder), Sergei Magnitsky, descobriu uma enorme fraude cometida por funcionários do governo russo que roubaram 230 milhões de dólares de impostos estatais e foi posteriormente detido, encarcerado sem julgamento e sistematicamente torturado", descreve o investidor no site do Prêmio Magnitsky de Direitos Humanos. Entre as últimas vencedoras do prêmio está a venezuelana Maria Corina, opositora do presidente Nicolas Maduro.
Após a morte do advogado na prisão, Browder se tornou um defensor do projeto que se tornou a Lei Magnitsky, sancionada pelo presidente americano Barack Obama em 2012.

