Julgamento de acusado de matar ex-namorada a facadas, na frente da filha, acontece nesta sexta (25)
Sessão acontece três anos após o crime de feminicídio
O julgamento do acusado de matar a facadas a ex-companheira, a cabeleireira Priscila Monique Laurindo, de 28 anos, no Zumbi, Zona Oeste do Recife, acontece nesta sexta-feira (25), três anos após o feminicídio, cometido em janeiro de 2022.
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A sessão será realizada no Fórum Thomaz de Aquino, bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife, com previsão de início para 9h. O júri será presidido pelo juiz Abner Apolinário. No banco dos réus senta Jorge Bezerra da Silva, de 32 anos. Ele chegou à 4ª Vara do Tribunal do Júri da Capital por volta das 8h30.
Acusado chega ao fórum | Foto: CortesiaDurante o júri, oito pessoas serão ouvidas - entre elas, a mãe, o padrasto e duas irmãs da vítima, além do pai do acusado. Esses depoimentos serão feitos na condição de informantes, por terem, em algum momento, proximidade com as partes. Outras três testemunhas próximas ao casal também vão prestar depoimento.
Relembre o caso
Segundo a mãe da vítima, a doméstica Joceane Paulino da Silva, de 53 anos, o casal vivia um relacionamento conturbado. A jovem rompeu o relacionamento após descobrir um caso de traição do ex-namorado, que a chamou um dia antes do crime para dormir na casa dele. Joceane contou ainda que a filha só foi porque recebeu ameaças dele, que não aceitava o fim do relacionamento.
Familiares pedem por justiça | Foto: Cortesia“Eu nem sabia que ela estava na casa dele. Ele a ameaçou, dizendo que, se ela não fosse, iria ‘pegar’ um por um da família dela até chegar nela. Então, ela saiu calada, sem dizer nada a ninguém”, relembrou.
Ela contou que soube do acontecimento porque o pai do rapaz, que o denunciou, chegou à casa dela, na Iputinga, com dois policiais. Eles a levaram à residência de Jorge. Chegando lá, ela viu uma viatura do Instituto de Medicina Legal (IML). Priscila havia sido morta com golpes de facada. A filha do casal, que tinha pouco mais de 1 ano à época, presenciou tudo.
“Eles não me deram a notícia [da morte dela] imediatamente. Disseram que ela estava no hospital e que não estava bem. Precisava de mim. Quando cheguei perto, vi o carro do IML. Ali, meu mundo acabou”, complementou.
Tentativa de matá-la, antes
Durante entrevista à Folha de Pernambuco, Joceane revelou que Priscila já havia sofrido uma tentativa de feminicídio, em abril de 2021.
“A princípio, ele já tinha tentado matar ela. Em abril, deu cinco facadas na minha filha. Ele tinha sido preso quando fez isso”, alegou.
Acusação
A advogada da família, Carolina Aguiar, explicou que Jorge já responde pelo crime de tentativa de feminicídio, pelo fato de ter tentado matar Priscila, ainda quando eles estavam juntos. Aguiar acredita que a partir de hoje, os parentes poderão sentir um alívio com a pena do acusado.
Segundo ela, ele foi denunciado pelo crime de feminicídio por motivo torpe e que impossibilitou a defesa da vítima.
“É o início de uma sensação mínima de alívio, no sentido de acreditarmos na soberania dos vereditos dos jurados, mas sobretudo, no poder Judiciário do estado de Pernambuco. Que a justiça possa ser feita por Priscila, que foi brutalmente assassinada na frente da filha menor, uma menina jovem com a vida toda pela frente e que teve os sonhos interrompidos”, comentou.

