Ter, 16 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
JUSTIÇA

Mãe e madrasta presas por assassinar menina de 2 anos em Caruaru são condenadas a mais de 50 anos

Ayla Lorena Ribeiro da Silva foi assassinada em 5 de setembro de 2021, após uma sessão de espancamento

Júri foi realizado na Vara do Tribunal do Júri de Caruaru, na última segunda-feira (1).Júri foi realizado na Vara do Tribunal do Júri de Caruaru, na última segunda-feira (1). - Foto: Reprodução/Google Street View

Em júri realizado na Vara do Tribunal do Júri de Caruaru, nessa segunda-feira (1º), Alexsandra Ribeiro e Gabriela Ramos da Silva foram condenadas a 50 anos e oito meses de reclusão pelo assassinato de Ayla Lorena Ribeiro da Silva, de 2 anos, em 5 de setembro de 2021, após uma sessão de espancamento. 

Alexsandra era mãe da menina Ayla e Gabriela, madrasta. As rés, que tiveram as penas individuais somadas, foram condenadas pelos crimes de homicídio qualificado, com as qualificadoras de motivo fútil; tortura/meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima; pela prática de crime doloso contra menor de 14 anos (causa de aumento de pena); pela prática de tortura e por crime cometido contra criança (causa de aumento de pena).

A confirmação da condenação das mulheres foi feita à reportagem pela assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

Motivação
Pouco depois do crime, em coletiva de imprensa em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, o delegado Bruno Machado afirmou que mãe e madrastra justificaram que cometeram o crime porque a criança havia feito uma "birra".

Segundo o delegado, titular da 19ª Delegacia de Polícia de Homicídios (DPH), que colheu os depoimentos das mulheres, a sessão de tortura que culminou na morte de Ayla Lorena Ribeiro da Silva começou na manhã do domingo (5). 

"Elas acordaram no domingo pela manhã e iniciaram o uso de maconha, quando, por volta das 10h, a criança realizou uma birra e, por conta dessa birra, o início das agressões. Segundo as autoras, essas agressões duraram cerca de 15 a 20 minutos. Havia uma pequena pausa e, assim que a criança fizesse menção a chorar ou gritar por conta da dor que estava sentindo, realizavam novas agressões", detalhou o delegado Bruno Machado.

O crime
Por volta das 14h, as mulheres perceberam que a menina apresentava dificuldades para respirar e começou a ficar roxa. "Elas teriam tentado uma reanimação nessa criança, mas não obtiveram êxito", acrescentou Bruno Machado.

Em seguida, com a menina já morta, as mulheres pegaram uma quantidade de droga que estava na residência e outros materiais de valor para arrecadar com a venda cerca de R$ 800. Na noite de 5 de setembro, já com esse dinheiro, foram de carro de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco, até Sumé, no Cariri da Paraíba, onde terminaram presas.

Na cidade paraibana, localizada a cerca de 150 quilômetros de Caruaru, morava a mãe da companheira da mãe de Ayla, o que levou as polícias a procurar na região.

Sessões de tortura
Segundo a polícia, a pequena Ayla Lorena era submetida a sessões constantes de tortura e maus-tratos. O delegado Bruno Vital, também presente na coletiva em Caruaru e gestor de Controle Operacional da Diretoria Integrada do Interior (Dinter 1), afirmou na ocasião que o corpo da criança tinha sinais de espancamento com lesões recentes, em processo de cicatrização e já cicatrizadas.

Ainda segundo o delegado Bruno Machado, as duas não apresentaram remorso ou arrependimento pelo crime após terem sido presas. "Nenhuma das duas mostrou nenhum tipo de arrependimento ou remorso pela ação praticada. Principalmente a mãe, muito mais fria e sem mostrar nenhum tipo de arrependimento de ter matado a filha".

Veja também

Newsletter