Malária: as vacinas atuais não funcionam contra o parasita mais prevalente no Brasil
Fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado tinha distúrbio sanguíneo causado por malária
Os dois únicos imunizantes que existem hoje no mundo contra a malária– o RTS,S/AS01, também conhecido como Mosquirix, da GSK, e o R21/Matrix-M, desenvolvido pela Universidade de Oxford – não são úteis no contexto brasileiro. Isso porque eles têm como alvo o plasmodium falciparum, que não é o parasita mais prevalente no Brasil.
A espécie é a causadora de malária responsável por mais de 90% dos casos mundiais e pelas formas mais graves da doença. No entanto, no Brasil, segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, 82,5% das infecções são provocadas pelo plasmodium vivax – que não é prevenido pelas vacinas atuais.
Uma vacina brasileira para malária chamada Vivaxin, desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com o Centro de Tecnologia de Vacinas (CTAVacinas), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), já teve o pedido de patente.
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Os sintomas da malária incluem febre intermitente, calafrios, suor intenso, fadiga, dores musculares e, em alguns casos, náuseas e vômitos. Uma característica do tipo de malária no Brasil é a formação de hipnozoítos, formas dormentes do parasita que permanecem no fígado e podem causar recaídas meses ou até anos após a infecção inicial.
O fotógrafo Sebastião Salgado, que morreu nesta sexta-feira (23), tinha distúrbio sanguíneo causado pela malária.

