Ter, 16 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
SAÚDE

Máscara com sangue menstrual volta a viralizar nas redes: faz bem? O que diz a dermatologia

Segundo especialista, não é um método comprovado cientificamente e causa riscos de infecção bacteriana

Sarah Sol, de 32 anos, utiliza sangue menstrual como máscara facial Sarah Sol, de 32 anos, utiliza sangue menstrual como máscara facial  - Foto: Reprodução/Redes sociais

A influencer Sarah Sol viralizou ao exibir um método de rejuvenescimento facial inusitado: usando o próprio sangue menstrual como máscara no rosto. A técnica foi seguida por inúmeras mulheres nas redes. De acordo com Sol, é uma forma "pura e fresca" de buscar hidratação para a pele.

"Você quer o antigo segredo feminino para uma pele jovem e brilhante? Bem, agora você sabe qual é. Sai daí de baixo... bem entre suas pernas", escreveu a autodenominada educadora do ciclo menstrual e da cura do útero.

Esta tendência, inspirada na corrente do 'Sagrado Feminino', que defende que a mulher precisa se reconectar com a essência do que é feminino, tem se popularizado há alguns anos e agora voltou a ganhar força nos últimos meses. Para as adeptas, o muco cervical misturado com sangue serve como um rejuvenescedor, ajuda na prevenção de rugas, além de deixar a pele macia e hidratada.

 

Prática não é recomendada
Segundo dermatologista Patrícia Ormiga, coordenadora do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro, em entrevista ao Globo, a utilização de sangue menstrual para máscaras faciais não é uma prática com bases científicas.

— Existem muitas lendas sobre o cuidado com a pele. Algumas funcionam de fato, outras não. Essa do sangue menstrual é uma delas que não existe estudo que mostre a eficácia e não há recomendações médicas — afirma a especialista.

Além disso, o sangue humano é suscetível a contaminação e proliferação de bactérias o que pode levar a danos na pele da paciente.

— Pode haver bactérias que, dependendo das lesões que a paciente tiver no rosto, como uma espinha, ou um simples machucado, entram no organismo, causam uma dermatite, infecções, e até outros desdobramentos mais graves — acrescenta Ormiga.

Veja também

Newsletter