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SERTÃO

Menina de 11 anos que morreu após ser espancada por colegas será sepultada nesta terça-feira (9)

Alícia Valentina passou por três unidades de saúde no Sertão antes de ser transferida para o HR, no Centro do Recife, onde teve morte cerebral confirmada na noite do domingo (7)

Alícia Valentina teve morte cerebral confirmada na noite do domingo (7)Alícia Valentina teve morte cerebral confirmada na noite do domingo (7) - Foto: Prefeitura de Belém do São Francisco/Reprodução

O corpo de Alícia Valentina, de 11 anos, que faleceu quatro dias após ser espancada por colegas de escola em Belém do São Francisco, no Sertão pernambucano, será sepultado nesta terça-feira (9). O velório acontece no Salão de Velório do PAF, plano funerário da cidade, no Centro do município. O enterro está previsto para acontecer às 16h, no cemitério local.

Segundo o boletim de ocorrência (BO) do caso, registrado na segunda-feira (8) e lido durante reportagem ao vivo da TV Globo desta terça-feira (9), em Belém do São Francisco, Alícia foi violentamente agredida por quatro meninos e uma menina no banheiro da Escola Municipal Tia Zita, na última quarta-feira (3).

De acordo com o depoimento de uma tia da menina, registrado no boletim, um dos motivos que levaram os colegas a agredir Alícia teria sido o fato de a menina negou "ficar" com um dos agressores. 

A trajetória do caso
Após as agressões, Alícia foi encaminhada por funcionários da escola para o Hospital Municipal de Belém do São Francisco, com um sangramento no nariz. Segundo a família, na unidade, ela foi atendida e liberada. Em casa, o ouvido passou a sangar e a família a levou ao posto de saúde da cidade, onde Alícia teria sido mais uma vez atendida e liberada.

Mais tarde, ainda segundo relatos de famíliares, chegando em casa, a criança passou a apresentar episódios de vômito coma presença de sangue. A família, então, teria voltado para o Hospital Municipal de Belém do São Francisco, de onde Alícia teria sido rapidamente transferida para o Hospital Municipal de Salgueiro.

Na quinta-feira (4), devido à gravidade do estado de saúde, Alícia foi transferida para o Hospital da Restauração (HR), no Centro do Recife, local onde teve a morte encefálica confirmada no último domingo (7).

Causa da morte
Na certidão de óbito, emitida pelo Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife, que também foi lida durante a reportagem ao vivo da TV Globo desta terça-feira (9), consta que a causa da morte foi traumatismo cranioencefálico (TCE) produzido por um instrumento contundente. 

O que diz a Polícia Civil de Pernambuco?
Por meio de nota oficial, a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) informou que registrou a ocorrência de lesão corporal seguida de morte na Delegacia da 188ª Circunscrição Belém do São Francisco e que um inquérito policial foi instaurado para investigar as circunstâncias do caso.

O que diz a Prefeitura de Belém do São Francisco?
A Prefeitura de Belém do São Francisco se pronunciou por meio de nota oficial, nas redes sociais, na manhã da segunda-feira (8). Na nota, a prefeitura afirma que "manifesta, com profundo pesar, o falecimento da aluna Alícia Valentina, da Escola Municipal Tia Zita" e que "trata-se de uma perda irreparável que enlutou toda a comunidade escolar e o nosso município".

"Desde os primeiros momentos, a Prefeitura Municipal de Belém do São Francisco, por meio da Direção da Escola e com o apoio das Secretarias Municipais de Educação, Saúde e Assistência Social e Conselho Tutelar, prestou toda a assistência necessária à família, acompanhando de perto cada etapa", diz a nota.

O documento destaca, ainda, que não houve negligência por parte da gestão: 

"Em momento algum houve omissão por parte do Poder Público, que continua empenhando todos os esforços possíveis para garantir acolhimento e suporte neste momento tão doloroso. Esclarecemos, ainda, que não houve negligência médica ou alta hospitalar pelos profissionais da saúde que realizaram o atendimento da menor Alícia Valentina no Hospital do município Dr. José Alventino Lima. Salientando que a menor foi levada para casa, por sua mãe, sem autorização da médica plantonista".

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Procuradoria 
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) informou, também por meio de nota, que tomou conhecimento do caso de Alícia na sexta-feira (5), através de suas atividades rotineiras, e que, de forma voluntária, foi informado pela Secretaria Municipal de Educação e Procuradoria do Município.

"Diante dos fatos, a Promotoria de Justiça de Belém de São Francisco instaurou Procedimento Administrativo para acompanhar o caso, no qual foi expediu ofícios à Polícia Civil determinando a instauração de inquérito policial para apurar o caso, bem como ao CREAS e à Prefeitura, solicitando informações sobre os fatos", afirma a nota.

O MPPE destacou, ainda, que "a Prefeitura de Belém de São Francisco voluntariamente já se predispôs a entregar dados e informações para contribuir com as investigações" e reforçou que "o fato ainda está em fase preliminar das apurações, mas que seguirá acompanhando o caso até a conclusão das investigações".

O órgão ressaltou que não pode fornecer mais informações para não atrapalhar as investigações, além do fato de que as investigações ocorrem "sob sigilo por se tratar de criança".

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