Decisão de Trump gera onda de críticas no mundo
Presidente dos EUA vai retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima foram negativas em todo o mundo.
"Grande decepção", "irresponsável", "equivocada": as reações ao anúncio do presidente americano, Donald Trump, de que vai retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima foram negativas em todo o mundo.
Brasil
Em um comunicado oficial, o Itamaraty manifestou "profunda preocupação e decepção" com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, anunciada nesta quinta-feira por Trump, e ratificou estar "comprometido" com a implementação do pacto.
"Preocupa-nos o impacto negativo de tal decisão no diálogo e cooperação multilaterais para o enfrentamento de desafios globais", acrescentou a chancelaria brasileira.
França
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que Trump "cometeu um erro para os interesses de seu país e um erro para o futuro do nosso planeta", ao decidir retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima.
"Lamento" esta decisão. Os "Estados Unidos deram as costas ao mundo", declarou Macron em uma rápida declaração transmitida pela TV.
Em seu discurso televisionado, Macron parafraseou o slogan da campanha de Trump e, falando em inglês, dirigindo-se aos defensores do clima, convocou-os a "Make our planet great again" (fazer nosso planeta grande de novo).
Mais cedo, em um telefonema de cinco minutos, Macron tinha dito a Trump que era possível "discutir", mas que "nada nos acordos de Paris é negociável", informou uma fonte da Presidência francesa.
Em sua declaração, o presidente francês fez um convite aos "cientistas, empreendedores e cidadãos comprometidos" americanos a viajarem para a França para trabalhar em "soluções concretas para o clima".
União Europeia
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, considerou "seriamente equivocada" a decisão do presidente americano.
O mundo "pode contar com a Europa" para dirigir a luta contra o aquecimento global, indicou em um comunicado o comissário europeu para o Clima, Miguel Arias Cañete.
Alemanha, França e Itália
Os três países afirmaram em uma declaração conjunta que "lamentam" a decisão dos Estados Unidos de sair deste pacto.
"Estamos firmemente convencidos de que o acordo não pode ser renegociado", na medida em que representa um "instrumento vital para nosso planeta, nossas sociedades e nossas economias", acrescentaram.
"Consideramos que sua dinâmica é irreversível" e que oferece "oportunidades consideráveis para a prosperidade e o crescimento, em nossos países e em nível global", insistiram os três líderes.
Alemanha
A chanceler alemã, Angela Merkel, declarou que "lamenta" a decisão de Trump e pediu que se continue com "a política climática que preserva a nossa Terra".
Vários de seus ministros social-democratas, entre eles seu ministro das Relações Exteriores, advertiram que a decisão de Trump "prejudicará" o mundo inteiro.
Reino Unido
A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse ao presidente americano em uma conversa por telefone que o "Acordo de Paris outorga o marco global adequado para proteger a prosperidade e a segurança das gerações futuras, mantendo, ao mesmo tempo, a energia a preços alcançáveis e seguros para cidadãos e empresas".
No diálogo, May expressou sua decepção com a decisão e destacou que o Reino Unido continua comprometido com o Acordo de Paris.
"O presidente deixou claro que a porta continua aberta para uma futura participação no Acordo", destacou o governo britânico em um comunicado.
Itália
O presidente do Conselho italiano, Paolo Gentiloni, afirmou que não se deve "retroceder" com o que foi alcançado em Paris.
Estados Unidos
O ex-presidente americano Barack Obama lamentou a decisão do seu sucessor de retirar o país do acordo que ele assinou em dezembro de 2015, alertando que essa decisão faz com que os Estados Unidos "rejeitem o futuro".
"As nações que permanecem no Acordo de Paris serão as nações que colherão os benefícios em empregos e indústrias criadas", afirmou Obama em um comunicado.
"Mesmo na ausência da liderança americana, mesmo que esta administração se una a um pequeno grupo de nações que rejeitam o futuro, estou confiante de que nossos estados, cidades e empresas vão avançar e fazer ainda mais para indicar o caminho e ajudar a proteger o único planeta que temos para as futuras gerações", acrescentou.
Canadá
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, ligou para Trump nesta quinta-feira para expressar "sua decepção" com a decisão do presidente americano e transmitir sua intenção de continuar trabalhando com parceiros internacionais para combater as mudanças climáticas.
"Enquanto a decisão dos Estados Unidos é desanimadora, continuamos inspirados pelo impulso crescente em todo o mundo para combater as mudanças climáticas e a transição para economias de crescimento limpo", disse Trudeau em um comunicado.
O primeiro-ministro prometeu, ainda, continuar trabalhando com estados americanos que apoiam a ação climática "para impulsionar o progresso em um dos maiores desafios que enfrentamos como mundo".
Dinamarca
O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, disse que esta quinta-feira é "um dia triste para o mundo", e que "a Dinamarca está pronta para continuar a batalha pelo clima e salvar as gerações futuras".
ONU
A decisão dos Estados Unidos de se retirarem do Acordo de Paris sobre o clima é uma "grande decepção", afirmou na quinta-feira o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.
"É essencial que os Estados Unidos mantenham um papel dirigente nos assuntos ambientais", disse Dujarric.
O porta-voz se referiu à vontade do secretário-geral da organização, Antonio Guterres, "de dialogar com o governo americano e todas as partes interessadas nos Estados Unidos", e disse que ele "tem confiança nas cidades, estados e empresas" americanas para continuar trabalhando pela redução das emissões de carbono.
Chile
O governo do Chile expressou sua "profunda decepção" com o anúncio de Trump, por considerar que a implementação do Acordo é "fundamental para o bem-estar das gerações presentes e futuras".

