Nigéria diz estar dialogando com EUA sobre segurança após ameaças de Trump
Questionado sobre se acreditava que Washington enviaria o Exército para atacar, chanceler nigeriano respondeu: "Não, não acredito"
A Nigéria mantém conversas com os Estados Unidos após as ameaças do presidente Donald Trump de intervir militarmente devido ao assassinato de cristãos por jihadistas no país, declarou nesta segunda-feira (17) o ministro das Relações Exteriores nigeriano à AFP.
"O que estamos discutindo é como podemos colaborar para enfrentar os desafios de segurança que afetam todo o planeta", afirmou o chanceler Yusuf Tuggar em uma entrevista na capital, Abuja.
No início de novembro, Trump disse que havia solicitado ao Pentágono que elaborasse um possível plano de ataque no país mais populoso da África porque islamistas radicais estão "matando cristãos e os matando em grande número".
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Questionado sobre se acreditava que Washington enviaria o Exército para atacar, Tuggar respondeu: "Não, não acredito (...) Porque continuamos conversando e, como disse, a discussão avançou".
O líder americano afirmou que o cristianismo enfrenta "uma ameaça existencial" no país africano e advertiu que, se a Nigéria não puser fim aos assassinatos, os Estados Unidos atacariam e seria "rápido, cruel e doce".
A Nigéria, com 230 milhões de habitantes, está dividida aproximadamente em partes iguais entre um Sul predominantemente cristão e um Norte de maioria muçulmana.
O país é palco de diversos conflitos, incluindo insurgências jihadistas, que matam tanto cristãos quanto muçulmanos, muitas vezes de forma indiscriminada.

