"Ninguém acredita que o policial tenha cortado a cabeça do bandido", disse Castro sobre megaoperação
O governador classificou a acusação como 'absurda' e afirmou que a Polícia Civil investiga o caso

O governador Cláudio Castro afirmou nesta segunda-feira que considera “impossível” que a população acredite na hipótese de que um policial tenha decapitado um dos 117 criminosos mortos na operação do dia 28 de outubro, no Complexo do Alemão.
Segundo ele, o episódio — revelado por imagens divulgadas nas redes sociais — teria sido provocado pelos próprios traficantes.
—Ninguém acredita que o policial tenha cortado a cabeça do bandido. Eu creio que os criminosos decapitaram ele para jogar na conta do Estado — disse Castro, ao comentar o caso durante entrevista coletiva .
O governador classificou a acusação como “absurda” e afirmou que a Polícia Civil está investigando o episódio, mas reforçou que, na visão dele, não há dúvidas de que a ação foi praticada por rivais do criminoso morto e usada para tentar comprometer a atuação das forças de segurança.
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A declaração ocorre duas semanas depois de Yago Ravel Rodrigues Rosário, de 19 anos, ter sido reconhecido pelos pais no Instituto Médico-Legal (IML) com a cabeça separada do corpo. O jovem foi uma das 121 pessoas mortas — além dos 117 suspeitos, quatro policiais foram mortos em confronto com os criminosos — na operação conjunta nos complexos da Penha e do Alemão, a mais letal já registrada no Rio e no país.
No dia 30 de outubro, O Globo mostrou que a família aguardava para confirmar se o corpo era o de Yago. A mãe, Raquel Rodrigues, conseguiu fazer o reconhecimento apenas após a intervenção da Comissão de Direitos Humanos. Ao ver o filho, confirmou que ele estava decapitado.
O pai do rapaz, Alex Rosário, relatou ter encontrado o corpo dentro de um saco plástico, “completamente sujo”, e com forte odor de decomposição. No laudo entregue à família, constavam lesões nos pulmões, no estômago e a mutilação da cabeça.
