Número de internações por gripe e VSR caem no país, diz Fiocruz
Nova edição do boletim InfoGripe alerta que apesar da queda, incidência permanece alta na maioria dos estados
O novo Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (17), revela uma manutenção da diminuição do número de casos graves de síndrome respiratória - na maior parte do país, embora permaneçam altos na maioria dos estados. A atualização é referente ao período de 6 a 12 de julho.
Os dados mostram que o VSR (Vírus Sincicial Respiratório) segue como o principal vírus associado aos casos de SRAG em crianças pequenas, seguido do rinovírus e da Influenza A. Entre crianças e adolescentes de 5 a 14 anos, o rinovírus já supera a influenza A em número de internações.
Apesar de haver sinais de estabilização ou redução em alguns locais, os casos associados ao VSR permanecem em níveis elevados de incidência na maioria dos estados brasileiros, com exceção do Piauí, Tocantins e Distrito Federal, onde a situação apresenta melhora.
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A mortalidade por SRAG é mais elevada entre os idosos, especialmente devido à influenza A, que segue como a principal causa de hospitalizações e óbitos nessa faixa etária. O vírus também se destaca na incidência e mortalidade nas crianças pequenas.
Apesar da tendência geral de redução, há sinais de retomada do crescimento de casos de SRAG em idosos em Minas Gerais e Pará, embora ainda não seja possível identificar o vírus responsável por esse aumento nesses locais.
Entre os estados, os casos de SRAG nos idosos associados à influenza A seguem em níveis de incidência de moderado a alto na maioria das unidades da região Centro-Sul (exceto Goiás, Distrito Federal e Rio de Janeiro), além de alguns estados do Norte (Amapá, Pará, Rondônia e Roraima) e do Nordeste (Alagoas, Sergipe, Maranhão e Paraíba).
"Por isso a vacina contra a gripe continua sendo fundamental para que a gente consiga reduzir ainda mais o número de casos graves pelo vírus", diz a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe.
Estados
Apesar de a maioria dos estados apresentarem tendência de queda, há exceções. Roraima é o único estado onde ainda há aumento de SRAG nas crianças pequenas, associado ao VSR. Na Paraíba, observa-se aumento de SRAG nos idosos, associado à influenza A.
Em Alagoas, há sinais de retomada do crescimento de SRAG nas crianças pequenas, também associado ao VSR. Além disso, Minas Gerais e Pará mostram indícios de retomada ou início de aumento de SRAG nos idosos, embora ainda não seja possível identificar o vírus responsável.
Observa-se também um leve aumento de SRAG por Covid-19 entre os idosos no RJ, porém sem impacto no total de hospitalizações totais por SRAG.
"Esse aumento ainda é leve, e precisamos aguardar para ver se ele vai se sustentar. Por isso, reforçamos a importância da vacinação contra a Covid-19, fundamental para mantermos baixos os níveis de hospitalizações e óbitos caso ocorra uma nova onda. Lembrando que alguns grupos como idosos e imunocomprometidos, precisam tomar doses de reforço a cada seis meses", explica Portella.
Neste ano, já foram notificados 133.116 casos de SRAG. Desses, 70.428 (52,9%) foram positivos para algum vírus respiratório, 44.501 (33,4%) tiveram resultado negativo e 9.168 (6,9%) ainda aguardam confirmação laboratorial. Entre os casos positivos, a distribuição dos vírus foi a seguinte: 26,8% influenza A, 1,1% influenza B, 45,9% VSR, 22,3% rinovírus e 7,3% Covid-19.
Até o momento, foram registrados 7.660 óbitos por SRAG. Destes, 4.112 (53,7%) foram positivos para algum vírus respiratório, 2.828 (36,9%) tiveram resultado negativo e 154 (2%) ainda aguardam confirmação laboratorial. Entre os óbitos positivos, a maioria (54,7%) foi causada por influenza A, seguida por Covid-19 (23,3%), VSR (10,7%), rinovírus (10,2%) e influenza B (1,7%).

