Ter, 16 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
RIO DE JANEIRO

ONU se declara "horrorizada" com operação policial que deixou 64 mortos no Rio

Declaração da entidade internacional coincide com troca de acusações entre Executivo e Legislativo sobre medidas de segurança pública após ação nos complexos do Alemão e da Penha

Operação policial no Rio de Janeiro deixou mais de 60 mortos e muitos feridosOperação policial no Rio de Janeiro deixou mais de 60 mortos e muitos feridos - Foto: Mauro Pimentel / AFP

A Organização das Nações Unidas (ONU) manifestou estar “horrorizada” com o saldo de 64 mortos na operação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (28).

Após a ação, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), cobraram-se mutuamente sobre quem deveria agir de forma mais contundente na segurança pública.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, usou as redes sociais para pressionar o Congresso, pedindo que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública fosse votada. A PEC tem o objetivo de reforçar o papel da União no combate ao crime organizado e ampliar a articulação entre as forças federais e estaduais.

“Os violentos episódios desta terça-feira no Rio, com dezenas de mortes, inclusive de policiais, bloqueio de rodovias e ameaças à população, ressaltam a urgência do debate e aprovação da PEC da Segurança Pública no Congresso Nacional. Ficou mais uma vez evidente a necessidade de articulação entre forças de segurança no combate ao crime organizado. E o fortalecimento da Polícia Federal e outras forças federais no planejamento e na execução das ações conjuntas”, afirmou Gleisi, na publicação.

Ela acrescentou ainda: “É isso que o governo do presidente Lula propõe na PEC da Segurança Pública: uma grande articulação com os governos estaduais, em que somente o crime sairá perdendo”.

Durante a sessão da Câmara no mesmo dia, o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), também cobrou que se estabelecesse uma data para votação da PEC.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, evitou definir um calendário, mas respondeu com uma cobrança ao governo, dizendo que o Executivo também precisa apresentar medidas concretas contra as facções criminosas.

Veja também

Newsletter