Operação em PE e outros seis estados mira suspeitos de tráfico e lavagem de dinheiro
"Joaninha" é líder de quadrilha envolvida em morte de adolescente em fevereiro de 2022, em Paulista
Operação deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco, na manhã desta terça-feira (26), mira uma quadrilha suspeita de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. O principal alvo da Operação Ladybug ("joaninha", em tradução literal do inglês) é um homem conhecido pelo vulgo "Joaninha", líder de uma organização criminosa com atuação no bairro de Engenho Maranguape, na cidade de Paulista, na Região Metropolitana. Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), 23 pessoas foram presas, sendo oito delas em Pernambuco.
A quadrilha tem ligação com a morte da adolescente Byanca Kauany Alves Rodrigues, de 15 anos, arrastada de casa e morta em fevereiro de 2022. A jovem dormia com a irmã de 12 anos e com a avó, que é cadeirante, quando homens armados arrombaram a porta da casa e arrastaram a adolescente até um carro. O corpo dela foi encontrado semienterrado a poucos metros de casa.
Ao todo, foram expedidos 28 mandados de prisão e 45 mandados de busca e apreensão, cumpridos no Recife e em cidades da Região Metropolitana: Paulista, Olinda, Camaragibe e Cabo de Santo Agostinho; Limoeiro e Caruaru, no Agreste de Pernambuco; e em outros seis estados: Pará, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Santa Catarina.
Segundo a Polícia Civil, também foi expedido mandado para sequestro de bens e bloqueio judicial de ativos financeiros na ordem dos R$ 15 milhões.
Em Pernambuco, os presos e materiais apreendidos foram encaminhados à sede do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), localizada no bairro de Afogados, na Zona Oeste do Recife.
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Imagens compartilhadas pela Polícia Civil mostram que, entre os materiais apreendidos na operação, há armas de grosso calibre, munições e até granadas.
"Os investigados fazem circular o dinheiro com a finalidade de ocultar a origem ilícita do dinheiro em diversos estados da Federação, com destaque para os Estados do Paraná, São Paulo, Pará, Rondônia, Mato Grosso e Santa Catarina", disse a Polícia Civil.
Até granadas foram apreendidas pela Polícia Civil (Foto: Polícia Civil de Pernambuco/Divulgação)Para o delegado-geral da Polícia Civil, Renato Rocha, a operação é uma pronta-resposta ao crime organizado.
“O resultado que trazemos hoje é uma importante atuação no combate ao crime organizado e mostra o tipo de trabalho que a gente vem buscando fazer na Polícia Civil. Além de ressaltar nosso cuidado com a investigação e o compromisso da nossa instituição no combate efetivo e expressivo à criminalidade organizada em nosso Estado”, disse.
De acordo com o delegado Adyr Martens, titular da 8ª Delegacia Seccional, com sede em Paulista, que dirigiu as investigações, o tráfico de drogas alimentava empresas fantasmas para lavagem de dinheiro em outros estados.
“As empresas recebiam o dinheiro do tráfico realizado em Pernambuco e faziam a lavagem. Algumas vezes convertendo o dinheiro em criptoativos, para dificultar ainda mais a localização pela polícia”, detalhou o delegado.
Segundo Martens, a operação solicitou o bloqueio de 15 milhões de reais, dinheiro ilegal, oriundo de atividades criminosas. “Ainda conseguimos apreender armamentos de guerra e muitas munições nessa ação. Alguns armamentos pesados, como granadas e adaptadores que convertem pistolas em verdadeiras metralhadoras”, contou.
A operação foi apoiada pela Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi) da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senasp/MJSP).
As investigações em torno da quadrilha começaram em fevereiro de 2022. A operação tem a presidência do delegado Adyr Martens, titular da 8ª Delegacia Seccional.
Ainda segundo a Polícia Civil, a operação faz parte do Projeto Impulse, inserido no Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas, que busca fortalecer as ações de combate e desmantelamento de quadrilhas, com integração das Polícias Civis — as polícias dos outros seis estados prestaram apoio à corporaçã pernambucana.

