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opinião

Comunicação construtiva aumenta engajamento e produtividade nas empresas

A construção de confiança e de resultados nas empresas passa, necessariamente, pela forma como as lideranças se comunicam. Mesmo quando discordam, rejeitam um argumento ou oferecem outras perspectivas, líderes que validam o ponto de vista de seus interlocutores evitam a sensação de confronto e introduzem a ideia de complementaridade, em vez de mera oposição.

E são justamente os capazes de manter um tom construtivo e colaborativo aqueles que constroem maior memorabilidade e credibilidade. Afinal, garantem foco sobre o que realmente importa nas reuniões e no dia a dia. Ao impedir o desperdício de tempo em confrontos desnecessários, que só servem para dispersar energia, garantem tempo e espaço para o aparecimento das melhores soluções.

Já quem insiste em embates frequentes perde autoridade. Passa a ser visto como opositor sistemático, não como solucionador eficaz de problemas. Pior: alimenta um desgaste relacional permanente que pode gerar ressentimentos e minar a confiança entre colegas, subordinados e pares. E, em organizações que operam sob pressão constante, confiança é um ativo que não se recupera facilmente.

Em contrapartida, aqueles que adotam um tom mais colaborativo, facilitam a escuta ativa: ajudam a criar um ambiente seguro, em que as pessoas sentem que podem se expressar sem medo de julgamento. Tal postura não só aumenta a diversidade de perspectivas, como torna os outros mais abertos a considerar novas ideias, o que é um pré-requisito inegociável não só para decisões mais maduras, mas para que a inovação real aconteça.

Não se trata apenas do que se diz, mas também de como se diz. O tom de voz, a postura corporal e até os silêncios estratégicos comunicam abertura ou resistência. Estudos mostram que equipes que operam em ambientes de alta confiança e baixa confrontação improdutiva apresentam maior velocidade de decisão, redução de retrabalho e até ganhos de produtividade superiores a 20%.

Ou seja: a comunicação construtiva não é apenas um valor. Trata-se de vantagem competitiva mensurável. Isso porque construir pontes aumenta o engajamento. Quem opta por conectar ideias de forma complementar, em vez de simplesmente se opor, fortalece a coesão do grupo. Como resultado, as equipes tendem a se mobilizar mais, porque percebem que estão criando algo conjuntamente, não competindo por espaço ou reconhecimento.

Ao soar complementar, um líder demonstra que reconhece o valor do que foi dito, ao mesmo tempo em que sublinha que sempre é possível adicionar novas camadas e somar perspectivas diversas. Com isso, elimina barreiras que sequer deveriam existir, acelera a chegada a consensos saudáveis e articula soluções que destravam valor nas organizações.

Líderes que constroem pontes deixam um legado de credibilidade e continuidade, enquanto os que insistem em embates acumulam desgaste que compromete sua própria reputação e a produtividade da empresa. Em última instância, a boa comunicação é um ato de governança e de preservação de valor institucional.


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