Sáb, 20 de Dezembro

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opinião

Dogma da soberania (4)

Alguns teóricos, como Maurice Duverger, em seu livro “Instituições Políticas e Direito Constitucional”, perceberam que, em um período do século XX, quando questões ideológicas obtiveram papel mais importante nas relações interestatais até mesmo que o sentimento de soberania nacional, já que indivíduos de diferentes Estados atuam de maneira mais solidária, procurando compreender suas semelhanças e convicções ideológicas, do que motivações oriundas de ordem pátria.

A chegada da globalização promoveu estigmas inexoráveis no campo das ideologias históricas. Entre as quais, podemos salientar o conceito de soberania popular. Ou seja, as denominadas ditaduras modernas, de “esquerda ou direita”, procuraram incutir na mente do povo de que viviam ou vivem em uma democracia.

A chamada Guerra Fria entre a antiga União Soviética e os Estados Unidos da América, instalada posteriormente a Segunda Guerra Mundial, procurou enfatizar querelas ideológicas, patrocinando a aceleração armamentista, formando uma geração sob a égide hipotética de batalhas nucleares, acreditando na possibilidade de uma nova guerra que devastaria toda a humanidade.

No início da década de 1970, os Estados alcunhados de subdesenvolvidos, produtores de matéria-prima, se esforçaram em compartilhar as benesses do crescimento econômico com Estados considerados desenvolvidos, o Welfare State passou a demonstrar suas limitações. Apareceram dificuldades, oriundas do aumento dos custos das matérias-primas e salariais, promovendo pressões fiscais com o intuito de atender às demandas sociais, aumentando os custos da produção e, ao mesmo tempo, reduzindo competitividade econômica.

A chegada de maneira forte da globalização, a partir de 1970, fez nascer a predominância da lex mercatórica no campo das relações internacionais e a mitologia do Estado mínimo no plano interno. Salientando que a globalização econômica cresceu com a pujança  do pós-modernismo, opondo-se à soberania popular, dando ênfase à solução da crise econômica do Welfare State em detrimento das denominadas “classes subalternas,” procurando sobrepujar a bipolarização depois da guerra entre capitalismo versus comunismo, principalmente o esfacelamento da União da República Socialista Soviética. 
 



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