Embaúra, embaúra (1)
Acordei com o propósito de escrever sobre os animais que entraram indevidamente na Arca de Noé. Acredito que houve uma zorra danada na triagem, visto que a regra era clara: um casal de cada espécie. No primeiro momento, quase sai do controle: fila enorme, certos animais disfarçados com peles de outros, “trisais” querendo entrar de qualquer jeito, tentativas de suborno e coisas do tipo.
Na agitação que durou semanas, algumas situações exigiram o parecer da CA (Comissão de Análise): episódio dos ursos. Um casal deles, branco, já passara pela portaria; logo depois, apareceu outro, cinza. A turma do controle de entrada teve que submeter o caso à CA. Na mesma situação estavam macacos, equinos, cães etc. Foi a parte que demandou mais tempo para análise e quase racha a cabeça dos analistas. Acredito que esse tempo gasto, fez com que a turma da portaria baixasse a guarda e permitisse a entrada de muriçocas (pernilongos), baratas, centopeias, piolhos, chatos, percevejos etc. Todos de pequeno porte. O mais grave, penso, foi a entrada indevida dos hipopótamos.
Para que servem os hipopótamos? Para comer a quantidade de alimentos que seria suficiente para outros cem animais, urinar e fazer cocô na água que bebem, onde residem e tornar o ambiente inservível. Deixam aquele habitat e vão poluir outro lago. São feios, mal-educados, mal-encarados, violentos e ficam furiosos com outros animais apenas com sua aproximação, inclusive com o ser humano. Não admitem partilhas, querem ser “donos exclusivos do pedaço” a qualquer preço. Até o consumo da sua carne é perigoso pelo risco de doenças (antraz), que podem ser transmitidas para os humanos. O mais curioso: mesmo com aquele tamanho e peso, conseguem, em velocidade, voar alguns centímetros acima do chão.
Por falar em ‘bicho’, andei lendo/ouvindo que vem aí o asteroide 3I/ATLAS (pensaram que era um cometa), viajando a uma velocidade de 210 mil km/h. Chama atenção porque é interestelar e tem tamanho e “química” incomuns, diferente dos que já passaram pelo nosso Céu. Ele tem comportamento fora da curva: produz calor internamente, como se tivesse um sistema de regulação térmica; possui superfície reflexiva; as cores variam de avermelhada para esverdeada; a velocidade não é constante e libera níquel sem vestígios de ferro. Será que é um novo processo ainda não conhecido pelos caras-pálidas terráqueos? Há quem admita a hipótese de ser uma nave alienígena. Se verdade for, vamos recebê-los (2) e saudá-los: embaúra, embaúra!
(1) Saudação interplanetária usada por visitantes e alienígenas que visitam o nosso sistema solar esporadicamente.
(2) Previsão de passagem ou chegada: dez 2025.
