O mundo à procura de um líder
A humanidade carece de um líder, líder do bem, com capacidade de entender e respeitar credos, costumes e raças, inclusive se conhecendo a si próprio, em ambiente de saudável e terapêutica autocrítica, na tentativa de superar limitações cognitivas e outras, visíveis ou veladas, talvez esse seja o principal problema que o mundo enfrenta, temos nos subordinado a força, vítimas da truculenta ignorância, a pancada ou ameaça prevalecendo sobre a palavra, a intolerância indo e vindo como regra na interação pessoal ou coletiva, na condição de comandante ou comandado.
Percebe-se que o fenômeno que evidencia a semelhança comportamental entre as lideranças que se destacam simultaneamente nos vários quadrantes do planeta, como que orquestradas por estímulo comum, protagonizando gestos e atitudes descabidas, ou no mínimo surpreendentes à plateia global, talvez tenha surgido como consequência dos novos mecanismos analógicos ou digitais de ultima geração, desprovidos de alma, acelerando o processo de persuasão e conquistas, que leva segundos ao invés de horas, dias ou meses de outrora.
As atrocidades praticadas em passado remoto ou recente, se assemelham em desumanos aspectos, se reciclam com novos apelidos e falsas argumentações, incapazes de esconder os mesmos cruéis e insanos desejos, de valer pela atômica capacidade de fazer o mal elevado a máxima potencia.
A luz dessa tragédia que marca a nossa era como a mais terrível já enfrentada pela humanidade, reacende o nosso utópico desejo de relançar em caráter emergencial o sentimento que ensejou em 1985 a famosa música “We are the World” composta por Michael Jackson e Lionel Richie como um hino humanitário de união e solidariedade, chamando atenção para a fome e a pobreza no mundo, cujas cenas de desespero nos constrange e nos deixa estarrecidos com a bestial indiferença dos atuais condutores do amanhã global. “We are the World” não é apenas uma música, é clamor por justiça, um alerta, destacando a importância de cada individuo e o seu papel no planeta.
O mundo não está precisando de um patrão, mas sim de um líder, a altura das necessidades humanitárias do bem comum, com visão coletiva e não individual, o planeta com seus problemas e suas virtudes é residência de todos nós, traduzida a perfeição pela americana canção de noutro dia, “We are the World” representando uma contribuição notável e muito maior à paz no mundo do que as super bombas mortíferas de hoje.
Acabar com as guerras fratricidas e absurdas, não significa, ou melhor, não pode ser representada pela criminosa, cruel e imperdoável tentativa de extinção de todos, valendo lembrar aos que já sofreram hediondos e desumanos processos de execução semelhante, o que representou ontem e hoje, ou seja, quem sofreu a tortura na pele deve pensar duas vezes, antes de destruir, de matar o próximo com armas de todos os tipos, como se fosse solução para os problemas comuns, quando na realidade são apenas “solução de continuidade” à sobrevivência na Terra, como o grande feito dos demônios do século XXI.
