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Países europeus suspendem pedidos de asilo de refugiados sírios após queda de al-Assad

Na Dinamarca, a comissão responsável pela concessão do estatuto de refugiado "decidiu suspender o processamento dos casos de pessoas originárias da Síria devido à situação de grande incerteza que o país enfrenta após a queda do regime de Assad"

Sírios se aglomeraram na praça principal da capital Damasco em 9 de dezembro para marcar o que muitos consideram um novo amanhecer há muito aguardado após a queda do presidente Bashar al-Assad. Sírios se aglomeraram na praça principal da capital Damasco em 9 de dezembro para marcar o que muitos consideram um novo amanhecer há muito aguardado após a queda do presidente Bashar al-Assad.  - Foto: Omar Haj Kadour / AFP

Áustria, Alemanha, Dinamarca, Suécia e Noruega anunciaram, nesta segunda-feira (9), a suspensão das decisões pendentes sobre as reivindicações de asilo de cidadãos sírios, no dia seguinte à queda do governo de Bashar al-Assad na Síria, após uma experiência rebelde fulgurante.

“A partir de agora, todos os procedimentos [de asilo] em andamento serão interrompidos”, afirmou o Ministério do Interior austríaco em um comunicado.

Também foram dadas instruções para “preparar um programa ordenado de repatriação e deportação para a Síria”, detalhou Gerhard Karner, o ministro do Interior do país de nove milhões de habitantes, o primeiro a fazer o anúncio.

Cerca de 87.000 sírios receberam asilo na Áustria desde 2015. No entanto, o chefe do governo conservador, Karl Nehammer, suportou as medidas nos últimos anos diante do crescimento da extrema-direita, que venceu pela primeira vez nas eleições legislativas de setembro.

A Alemanha, país vizinho, anunciou uma medida semelhante. Dada “a incerteza atual”, o escritório federal de imigração e refugiados “decretou hoje um congelamento das decisões sobre os processos de asilo atualmente em andamento” para os sírios, anunciou a ministra do Interior, Nancy Faeser.

A Alemanha acolheu quase um milhão de sírios durante o mandato da ex-chanceler Angela Merkel, tornando-se o país com a maior comunidade síria da União Europeia.

Na Dinamarca, a comissão responsável pela concessão do estatuto de refugiado “decidiu suspender o processamento dos casos de pessoas originárias da Síria devido à situação de grande incerteza que o país enfrenta após a queda do regime de Assad”, segundo um comunicado.

A comissão também “decidiu adiar o prazo para a saída de quem poderá ser deportado para a Síria”, especificou.

O país de seis milhões de habitantes tem uma política de asilo muito restritiva, e um dos seus objetivos declarados é atingir “zero solicitantes de asilo”. As autoridades incentivaram o retorno voluntário dos sírios e, desde 2015, emitiram apenas permissões de residência temporária.

A Suécia, outro país nórdico, também anunciou que suspenderá o processamento das transferências de asilo, assim como as deportações.

“Dada a situação, simplesmente não é possível avaliar os motivos de proteção no momento”, declarou num comunicado Carl Bexelius, responsável pelos assuntos jurídicos da Agência Nacional de Migração da Suécia.

A Noruega também aguardará a estabilização da situação no país do Oriente Médio. “A situação no país continua muito confusa e sem resolução”, escreveu a Direção de Imigração da Noruega (UDI) em um comunicado.

A UDI “não rejeitará nem concederá, por enquanto, obrigações de asilo aos sírios que tenham solicitado asilo na Noruega”, detalhou o Órgão.

Dinamarca, Suécia, Áustria e Alemanha fazem parte da União Europeia. A Noruega não é membro da UE, mas faz parte do espaço Schengen, que permite viajar livremente entre os países membros sem passar por controles de fronteira.

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