Sáb, 20 de Dezembro

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Crítica

Passageiros reclamam de catraca traseira em ônibus

Medida visa a reduzir os embarques irregulares nos coletivos da Região Metropolitana do Recife

Catraca traseiraCatraca traseira - Foto: Blog GRMPE/Cortesia

Implantadas em fase de teste, as catracas localizadas diante da porta traseira de ônibus das linhas 139 - TI Cabo/TI Cajueiro Seco e 1984 - Loteamento Bonfim/TI Abreu e Lima estão sendo criticadas pelos passageiros da Região Metropolitana do Recife. A medida, adotada pelo Grande Recife Consórcio de Transportes (GRCT), visa a diminuir a evasão de receita e reprimir o embarque irregular.

A reportagem embarcou na linha 139 - TI Cabo/TI Cajueiro Seco, que conta com três veículos com a catraca. Visivelmente adaptada, ela sequer tem o suporte do cobrador removido. O ajudante de pedreiro Marcelo Cleiton, de 30 anos, acha “uma perda de tempo” a novidade. “Essa catraca só fez atrapalhar mais ainda a gente. Se o pessoal [GRCT] queria fazer diminuir esse pessoal que sobe sem pagar, tinha era que por fiscal dentro do ônibus”, opinou.

Compartilha da mesma ideia o soldador Jaílton Joaquim, de 34. “É uma negação. O espaço dessa catraca podia ter 10 ou 15 pessoas ocupando”, reclamou. Outra que também rejeitou a ideia foi a estudante Luciana de Barros Santos, 34. “Tinha que tirar essa coisa [catraca]. Empata demais a gente no ônibus”, disse.

Testes
Além da TI Cabo/TI Cajueiro Seco, dois veículos da 1984 - Loteamento Bonfim/TI Abreu e Lima circulam com o equipamento. Segundo o Grande Recife, a avaliação começou na 2490 - TI Camaragibe/TI Macaxeira, atualmente operando com veículos tipo BRT. O resultado positivo, segundo o órgão, deu subsídios para que fosse realizado o teste nas outras duas linhas selecionadas. Atualmente, de acordo com o GRCT, os dados também têm sido favoráveis: tempo de viagem normal, nenhuma reclamação de passageiros na central telefônica do GRCT e menos gente embarcando de forma irregular.

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Na linha 1984, o crescimento na demanda foi de 4,61%, passando de 16.980 passageiros transportados em setembro para 17.763 em outubro. Nos dias úteis, esse número subiu de 13.050 para 13.467 (+ 3,2%). "Os testes começaram em outubro e seguirão até o fim de novembro. Os dados do primeiro mês mostram resultados extremamente satisfatórios, mas ainda vamos fazer os nossos relatórios e, então, sugerir ou não se ampliamos [a instalação da segunda catraca] para outras linhas do sistema", explica o diretor de operações do GRCT, André Melibeu.

A porta traseira dos ônibus do Grande Recife ficou mais vulnerável em 2002, quando o assento dos cobradores foi remanejado para a dianteira. A evasão de receita nas linhas 139 e 1984 e o fato de não terem grande demanda levou o GRCT a testá-las de acordo com o órgão. "Se a decisão for por ampliar para mais linhas, faremos nas mais afetadas, nas que têm a maior evasão. Jamais implantaremos isso numa linha de alta demanda", concluiu André.

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