Promotoria da Colômbia investiga suposto complô golpista contra Petro
Em junho, o presidente de esquerda denunciou outra suposta tentativa de golpe organizada pela extrema-direita
A Promotoria da Colômbia informou nessa terça-feira que abriu uma investigação sobre um suposto complô para derrubar o presidente Gustavo Petro, com a ajuda de políticos norte-americanos.
O órgão acusador disse que está apurando a suposta trama do ex-chanceler Álvaro Leyva para derrubar o presidente de esquerda com apoio de políticos da direita colombiana e de republicanos dos Estados Unidos, revelada no fim de semana em mensagens de voz do ex-ministro, publicadas pelo jornal espanhol El País.
Leia também
• Família de presidenciável baleado na Colômbia processa Petro por 'intimidação'
• Petro cita hipótese de máfia 'internacional' após ataque a pré-candidato
• Petro denuncia segurança reduzida antes de pré-candidato à presidência ser baleado
"Com relação às gravações do ex-chanceler Álvaro Leyva, nas quais ele supostamente fala sobre contatos com terceiros para afetar o governo nacional, a Promotoria-Geral da Nação está conduzindo uma investigação, à qual se somam todas as apurações sobre o tema", afirmou a instituição em mensagem enviada à imprensa.
"A essa investigação será anexado o pedido feito pela vice-presidente da república, Francia Márquez, que solicitou à Promotoria que conduza as investigações judiciais cabíveis para esclarecer o ocorrido", acrescentou o comunicado.
Nos áudios, Leyva afirma que Márquez estava “envolvida”, dando a entender que ela apoiava seus planos.
Na segunda-feira, Petro cobrou explicações de sua vice, que negou envolvimento em “conspirações” e pediu que a Promotoria investigasse o caso.
Segundo as gravações, Leyva se reuniu com o congressista norte-americano Mario Díaz-Balart para “exercer pressão internacional” contra Petro, a quem o ex-chanceler já acusou repetidamente de ser dependente de drogas.
Leyva, de 82 anos, que deixou o cargo em meados de 2024, ainda não se pronunciou nem negou as acusações.
O governo de Petro tem reiterado que existem planos para desestabilizá-lo, os quais ele relaciona ao aumento da violência no país provocada por grupos narcotraficantes.
Em junho, o presidente de esquerda denunciou outra suposta tentativa de golpe organizada pela extrema-direita colombiana e norte-americana.
A cooperação de longa data entre Colômbia e Estados Unidos — seu maior parceiro comercial — tem sido abalada pelos constantes atritos entre Petro e seu homólogo norte-americano, Donald Trump, em temas como guerra tarifária e deportações de migrantes.

