Putin admite que sistema antiaéreo russo estava ativo em acidente de avião no Cazaquistão
Sistema antiaéreo russo pode ter derrubado avião Embraer 190, levando 38 passageiros à morte
O presidente russo, Vladimir Putin, pediu desculpas neste sábado (28) ao líder do Azerbaijão, Ilham Aliyev, após a queda de um avião comercial Embraer 190 no Cazaquistão. Putin admitiu que o sistema de defesa antiaérea russo estava ativo no momento do acidente, que deixou 38 mortos.
De acordo com o Kremlin, Putin expressou pesar pelo ocorrido e defendeu uma investigação "objetiva e transparente". A tragédia ocorreu na quarta-feira (25), quando a aeronave, operada pela Azerbaijan Airlines, seguia de Baku para Grozny, na Rússia, mas caiu perto de Aktau, no Cazaquistão, fora de sua rota usual.
Autoridades do Azerbaijão sugeriram que o avião pode ter sido atingido por "interferência física externa", corroborando a hipótese de que um míssil russo tenha causado o acidente. A presidência azerbaijana mencionou perfurações na fuselagem como evidências dessa interferência.
O presidente cazaque, Kassym-Jomart Tokayev, anunciou a formação de uma comissão com especialistas de diversos países, incluindo Rússia e Brasil, para apurar o incidente. A Embraer, fabricante do modelo envolvido, enviou uma equipe técnica ao local e expressou suas condolências.
Ataques
Segundo o governo russo, o acidente ocorreu durante ataques de drones militares ucranianos contra cidades próximas à rota do avião. Putin afirmou que o sistema antiaéreo estava em operação para repelir os ataques, o que dificultou o controle aéreo na região.
Autoridades europeias, como a vice-presidente da União Europeia, Kaja Kallas, pediram uma investigação independente, comparando o caso ao voo MH17, derrubado em 2014 no leste da Ucrânia.
Após o acidente, várias companhias aéreas, como a israelense El Al e a Qazac Air, suspenderam voos para a Rússia por questões de segurança.
Enquanto as investigações avançam, o acidente ressalta as tensões no espaço aéreo de regiões afetadas por conflitos armados e levanta preocupações sobre a segurança de voos comerciais em áreas próximas a operações militares.