Sex, 05 de Dezembro

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Rússia

Putin pede que soldados ucranianos deponham as armas em Kursk após apelo de Trump e oferece garantia

Presidente russo se pronunciou em meio às negociações de um possível cessar-fogo para colocar fim à guerra no Leste Europeu

Soldados ucranianos preparam drones para uso no campo de batalha contra as forças russas no leste do paíSoldados ucranianos preparam drones para uso no campo de batalha contra as forças russas no leste do paí - Foto: David Guttenfelder/TNYT

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu nesta sexta-feira que os soldados da Ucrânia que lutam na região russa de Kursk deponham suas armas, depois que o presidente americano, Donald Trump, pediu que o líder russo "poupasse as vidas" dos militares ucranianos na linha de frente.

As declarações ocorreram na esteira de novos avanços das forças de Moscou na província, em meio às negociações de um possível cessar-fogo para a guerra no Leste Europeu — com o qual não concordou de imediato ao afirmar que ainda restam questões a serem sanadas.

— Se eles entregarem as armas e se renderem, terão a garantia de vida e tratamento digno, de acordo com as normas do direito internacional e as leis da Federação Russa — afirmou o presidente russo, em comentários televisionados.

A Rússia acelerou sua campanha militar na província parcialmente ocupada por forças ucranianas desde agosto do ano passado nas últimas semanas, enquanto a Casa Branca exercia pressão sobre Kiev para avançar com as negociações de possíveis termos para interromper os conflitos.

Após o aceite ucraniano durante um encontro na Arábia Saudita, o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, viajou ontem à Moscou, onde se reuniu com Putin e recebeu mensagens do líder russo sobre pontos críticos que precisariam ser sanados antes da confirmação de qualquer compromisso — incluindo o que aconteceria em Kursk, onde os Exércitos continuam a se enfrentar.

Mais cedo, o Kremlin informou que o negociador americano estava retornando, e que repassaria as mensagens do presidente a Trump. Ainda pela manhã, o republicano fez uma declaração pública, em que pedia a clemência de Putin aos soldados ucranianos — não está claro se ele conversou com Witkoff antes.

"Neste momento, milhares de soldados ucranianos estão completamente cercados pelos militares russos e em uma situação muito ruim e vulnerável. Eu pedi fortemente ao presidente Putin que poupasse suas vidas", escreveu Trump em seu perfil na Truth Social.

Inicialmente, militares ucranianos negaram nesta sexta-feira que suas tropas estivessem cercadas na região russa. Contudo, o presidente Volodymyr Zelensky que suas tropas estavam em uma situação "muito difícil".

— A situação é obviamente muito difícil na região de Kursk — disse Zelensky a repórteres em Kiev, fazendo a observação que a operação contra o território do país vizinho aliviou a pressão em áreas da Ucrânia, como Donbas.

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