Sáb, 06 de Dezembro

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Rio de Janeiro

Rio: "Número de mortos de outros estados surpreende", diz coordenadora da Defensoria Pública

Fontes afirmam que a tendência é de que tenham morrido mais pessoas de fora do que moradores locais

Operação no Rio de Janeiros deixou cerca de 121 mortosOperação no Rio de Janeiros deixou cerca de 121 mortos - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Com uma tenda de atendimento montada no pátio do Detran, no Centro do Rio, a equipe da Defensoria Pública enfrenta o que classifica como o maior desafio da operação de “guerra” para identificar os mortos na ação policial de terça-feira: a quantidade de vítimas vindas de outros estados. Embora ainda não exista um número oficial, a defensora Mirela Assad, que coordena a atuação de mais de 40 funcionários do órgão no local, afirma que a procura por pessoas sem vínculos familiares diretos com os mortos tem sido muito maior do que o esperado.

— O número de mortos de outros estados é surpreendente, mesmo sem uma contagem oficial. Isso é possível perceber pela grande procura de namoradas, amigos ou conhecidos — mas não necessariamente de parentes — explica Mirela. — É um desafio ainda maior para a liberação dos corpos, porque exige uma declaração que permita a identificação por terceiros e também um trabalho de translado.

O atendimento da Defensoria está sendo feito sem triagem prévia. Primeiro, os defensores verificam se a pessoa possui algum documento que comprove a identidade do morto. Caso sim, ela é encaminhada para o processo de reconhecimento. Se não, é preciso realizar uma busca no sistema.

Segundo fontes ouvidas pelo Globo, a tendência é de que tenham morrido mais pessoas de fora do que moradores do Rio.

Entre os que ainda procuram por desaparecidos está a namorada de Fernando Henrique dos Santos, de Goiás. O casal vivia no Rio há quatro anos. Segundo ela, Fernando saiu de casa por volta das 6h20 da manhã da terça-feira e não voltou mais.

— Ele saiu de casa de madrugada e não voltou mais. Estou até agora procurando o corpo — diz a jovem, que prefere não se identificar.

Outra mulher, ex-namorada de um dos mortos, também relatou que ainda não conseguiu localizar o corpo. Ela conta que o ex-companheiro havia se mudado de Goiás para o Rio há seis anos e que, mesmo separados há um ano, foi ela quem avisou à família sobre o desaparecimento.

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