Sáb, 20 de Dezembro

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ITALIANOS

"Safári humano" em Sarajevo: turistas italianos pagavam valor adicional para atirar em crianças

Os suspeitos devem ser julgados por homicídio doloso agravado por crueldade e motivos torpes

Fotografia tirada em 25 de junho de 1992 em Sarajevo, mostrando um idoso aproveitando uma pausa nos disparos para sair e comprar mantimentos.Fotografia tirada em 25 de junho de 1992 em Sarajevo, mostrando um idoso aproveitando uma pausa nos disparos para sair e comprar mantimentos. - Foto: Christophe Simon / AFP

Turistas italianos suspeitos de participar de "safáris humanos" pagavam valor adicional para atirar e matar crianças. Os crimes ocorreram em meio ao cerco de Sarajevo, um dos capítulos mais sangrentos da Guerra da Bósnia, entre 1992 e 1995, período da dissolução da antiga Iugoslávia (atual Sérvia).

A denúncia é investigada pelo Ministério Público de Milão e foi aberta após uma investigação do repórter e escritor italiano Ezio Gavazzeni, que concedeu uma entrevista ao jornal La Repubblica. Segundo a reportagem, as "excursões" custavam de € 80 mil (cerca de R$ 493 mil) a € 100 mil (R$ 616 mil) por pessoa

O dinheiro era entregue a intermediários das milícias sérvias. Os suspeitos devem ser julgados por homicídio doloso agravado por crueldade e motivos torpes.

Como funcionava o esquema
De acordo com a denúncia, os turistas italianos voavam até Belgrado, na Sérvia, pela companhia aérea Aviogenex. Depois, seguiam de helicóptero ou por terra até as colinas da capital da Bósnia e Herzegovina, onde recebiam armas e eram posicionados para atirar em civis.

Quem são os suspeitos?
Segundo a reportagem, a maioria dos atiradores era composta por políticos ou simpatizantes da extrema-direita, entre 40 e 50 anos, que tinham paixão por armas e procuravam por formas de adrenalina "sádica". Eles moravam nas regiões de Lombardia, Piemonte e Triveneto.

Dentre os "turistas de guerra", estão:

Quem será ouvido pelo Ministério Público de Milão?

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