Sheinbaum critica declaração de Trump sobre o fentanil como 'arma de destruição em massa'
"Eu levantei essa questão com o presidente Trump: é preciso discutir as causas do consumo, não apenas essa visão de agora catalogar uma das drogas como uma arma de destruição letal", disse
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, pediu nesta terça-feira (16) que as causas do consumo do fentanil sejam analisadas antes de declarar a droga uma "arma de destruição em massa", como fez o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia anterior.
Trump assinou um decreto na segunda-feira que classifica o fentanil, um potente opioide que causou uma crise de saúde pública nos Estados Unidos, como uma "arma de destruição em massa".
"Eu levantei essa questão com o presidente Trump: é preciso discutir as causas do consumo, não apenas essa visão de agora catalogar uma das drogas como uma arma de destruição letal", disse Sheinbaum em sua coletiva de imprensa regular.
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A presidente afirmou que seu governo ainda está "analisando o alcance" do decreto e reiterou sua rejeição a "qualquer intervenção" dos Estados Unidos no México.
Trump assinou a norma após uma cerimônia de entrega de medalhas a militares que são apoio às operações de vigilância na fronteira com o México.
Sob pressão do mandatário republicano, o governo mexicano intensificou suas ações contra o narcotráfico para frear a entrada de drogas como o fentanil nos Estados Unidos.
No entanto, a agência antidrogas americana DEA afirma que os cartéis mexicanos estão "no coração" dessa crise de drogas sintéticas no país.
Cerca de 48 mil pessoas morreram no ano passado por fentanil nos Estados Unidos, de um total de cerca de 80 mil mortes por overdose, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças do país.
Em novembro, o México extraditou o cidadão chinês Zhi Dong Zhang, considerado peça-chave do tráfico internacional de fentanil, que foi formalmente acusado nos Estados Unidos por crimes de narcotráfico.
Zhi havia sido capturado em Cuba após fugir do território mexicano.
Defensor de um endurecimento radical da política de combate às drogas, Trump assinou no início de seu mandato um decreto que classificou vários cartéis como "organizações terroristas", incluindo vários mexicanos.

