Zoológico na PB onde jovem morreu atacado por leoa reabre para o público nesta quinta-feira (18)
Gerson Melo Machado, de 19 anos, entrou no recinto de felinos do local e foi atacado pelo animal
O Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica), em João Pessoa, na Paraíba, confirmou reabertura nesta quinta-feira (18), com visitação do público. O espaço estava fechado desde a morte de um jovem que entrou no recinto de felinos do local e foi atacado por uma leoa, em 30 de novembro.
O funcionamento será das 9h às 16h. Segundo o parque, a reabertura será gradual, e só está acontecendo depois de um plano abrangente com revisão completa das estruturas, protocolos e rotinas de segurança.
Dentre as ações de correção, o parque informou que foram revisadas estruturas, grades, barreiras, vigilância e fluxos internos. Rotinas de manejo e normas operacionais também foram revistas, com "relatórios técnicos e checklists de conformidade". Agora fica proibida também a entrada com balões.
Segundo o parque, na retomada gradual, há o limite de visitantes, controle de acesso, fluxo organizado, reforço da vigilância e novas sinalizações.
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Acolhimento
A vítima, Gerson Melo Machado, de 19 anos, tinha transtornos mentais, enfrentou uma vida de negligências e precisava de tratamento. Segundo a conselheira tutelar Verônica Oliveira, que acompanhou o jovem dos 10 aos 18 anos no Conselho Tutelar de Mangabeira, o jovem tinha o sonho de ir à África e domar felinos.
Para evitar mais casos como o de Gerson, o parque informou que equipes foram treinadas para identificar e acolher pessoas em vulnerabilidade psíquica, "com encaminhamento adequado e apoio da rede de saúde".
Como aconteceu
O ataque aconteceu enquanto o zoológico estava aberto ao público e foi registrado em vídeos por visitantes. Gerson escalou uma parede de mais de 6 metros, ultrapassou grades reforçadas, usou uma árvore como apoio e conseguiu entrar na área restrita à leoa. Instantes depois, foi atacado.
Vídeos feitos por visitantes do local mostram o homem subindo a estrutura lateral da jaula antes de acessar o recinto. Equipes de resgate foram acionadas rapidamente, mas ele não resistiu aos ferimentos.
Gerson de Melo Machado chegou, inclusive, a ser preso duas vezes em Pernambuco pouco menos de dois meses antes do incidente fatal no zoológico.
Nas duas ocasiões, Gerson, que era conhecido como "Vaqueirinho", foi internado no Hospital Ulysses Pernambuco (HUP), localizado no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife, após determinações da Justiça.
Gerson de Melo Machado, jovem de 19 anos morto após entrar na jaula de uma leoa no Parque Arruda Câmara(Bica), em João Pessoa-PB. - Fotos: Redes Sociais/Reprodução; TV Correio/ReproduçãoLeoa de volta ao recinto
O animal, chamado de "Leona", passa bem, e seguiu em observação e acompanhamento contínuo por ter passado por um "nível elevado de estresse", segundo o parque. Ela só voltou ao recinto de felinos em 4 de dezembro, cinco dias após o acidente.
Por meio de nota divulgada à época, a direção do parque informou que a leoa não seria sacrificada.
"É importante reforçar que em nenhum momento foi considerada a possibilidade de eutanásia. A Leona está saudável, não apresenta comportamento agressivo fora do contexto do ocorrido e não será sacrificada. O protocolo em situações como essa prevê exatamente o que está sendo feito: monitoramento, avaliação comportamental e cuidados especializados", destacou o parque em nota.

