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julgamento

Advogado de Bolsonaro diz que reunião com chefes das Forças não foi 'tentativa armada'

Defensor reitera ao deixar a Corte que ex-mandatário não participou da trama golpista

O advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair BolsonaroO advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro - Foto: Antonio Augusto/STF

O advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro, disse que a reunião do ex-mandatário com os chefes das Forças Armadas não foi "tentativa armada" e chamou a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid de escândalo.

— A tônica da defesa é que não existe nenhuma ligação do presidente com o 8 de janeiro. Não tem absolutamente nada. O que houve foi a reunião de 7 de dezembro (com comandantes das Forças Armadas), e uma reunião não é uma tentativa armada contra o Estado democrático de Direito. Uma conversa sobre medidas constitucionais que não foram tomadas não pode levar uma pessoa a ser condenada. A delação do Mauro Cid é um escândalo e abre um precedente perigosíssimo. Uma pessoa dessa pode ser tida como confiável pra embasar a condenação de alguém? — disse Vilardi.

Anteriormente, também ao deixar o Supremo Tribunal Federal, o advogado Paulo Cunha Bueno, membro da equipe de defesa de Bolsonaro, havia dito que o ex-presidente "tem uma saúde extremamente fragilizada" e que a orientação médica é de que ele permaneça em casa.

— O ex-presidente (Jair Bolsonaro) tem uma saúde extremamente fragilizada hoje. Estive com ele, ele tem crises de soluço muito fortes, é até aflitivo. A orientação médica é de que ele permaneça em casa porque aqui (no STF) é muito estressante tanto do ponto de vista físico quanto emocional. É uma situação bastante delicada, são muitas horas de julgamento — afirmou o advogado.

Bueno disse que não acompanhou quando o advogado Andrew Farias, defensor do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, disse no plenário da Primeira Turma que o general atuou para demover Bolsonaro de levar a cabo medidas de exceção. Bueno reiterou que o ex-presidente "jamais teve qualquer intuito golpista".

— As minutas que estão colocadas ali (...) eram considerandos relacionados (à decretação de) estado de sítio e estado de defesa, são mecanismos constitucionais e extremamente formais dentro da lei. Para você convocá-los, inicialmente você convoca o Conselho da República e o Conselho de Defesa. O Conselho da República tem mais de 20 membros, a maioria ministros. O Conselho de Defesa são nove membros, em sua grande maioria ministros. E depois tem que submeter ao Congresso. Estado de sítio é um dos institutos mais colegiados que existe na nossa legislação e não tem nada de antidemocrático. O presidente em momento algum deu início aos protocolos para essas providências — disse Amador Bueno.

O advogado disse que "se o julgamento for estritamente jurídico, não há por que condenar o presidente Bolsonaro".

— Se houver influxos de política, é outra questão — ressaltou.

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