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Ameaça

Ameaça de uso militar dos EUA feita por porta-voz da Casa Branca é grave, diz Celso Amori

Para conselheiro de Lula na condução da política externa brasileira, EUA "não fariam isso"

Amorim disse não acreditar que os EUA vão realmente usar forças militares contra o BrasilAmorim disse não acreditar que os EUA vão realmente usar forças militares contra o Brasil - Foto: Will Shutter/Câmara dos Deputados

O embaixador Celso Amorim, principal conselheiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em política externa, afirmou, nesta quarta-feira, que considera grave a ameaça feita pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, de que os Estados Unidos "não têm medo de usar o poder econômico e militar para proteger a liberdade de expressão em todo o mundo".

Leavitt fez esse comentário ao responder a uma pergunta sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

— Mesmo que seja só uma ameaça, é grave. Não importa quem tenha falado isso, se tem ou não autoridade, não deixa de ser da Casa Branca — afirmou Amorim ao Globo.

O presidente americano, Donald Trump, aplicou uma sobretaxa de 50% produtos brasileiros e exigiu o término dos processos contra Bolsonaro, que, no momento, é julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. O governo brasileiro rechaça essa possibilidade.

Amorim disse não acreditar que os EUA vão realmente usar forças militares contra o Brasil. Ressaltou que tal atitude iria ferir o direito internacional e a soberania brasileira.

— Estamos em um mundo imprevisível, mas não creio que isso seria implementado — disse.

Após a declaração da porta-voz da Casa Branca, o Itamaraty divulgou um anota em que "condena o uso de sanções econômicas ou ameaças de uso da força contra a nossa democracia."

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