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BRASÍLIA

Após reunião com Lula, líderes defendem junto a Motta que Câmara não paute projeto de anistia do 8/1

Requerimento de urgência reuniu as assinaturas necessárias, mas cabe ao presidente da Casa decidir se leva o tema a plenário

Foto: Rota1976.com

Líderes de partidos na Câmara dos Deputados estão defendendo, em reunião com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que o requerimento que acelera a tramitação do projeto que anistia os envolvidos nos atos de 8 de janeiro não seja pautado. De acordo com parlamentares presentes, a maioria dos líderes já se manifestou neste sentido. Motta ainda está ouvindo as manifestações antes de se posicionar.

Na noite de quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com Motta e os líderes. De acordo com presentes no jantar, o petista se posicionou contra perdoar os condenados pelos atos golpistas, mas não falou diretamente aos líderes como deveriam votar em relação ao projeto que se encontra na Câmara. Lula também disse aos deputados que pretende concorrer à reeleição “se tiver saúde”.

Além de Lula e Hugo Motta, estiveram presentes nomes como o dos líderes do PT, Lindbergh Farias (RJ), do PSD, Antonio Brito (BA), do Republicanos, Gilberto Abramo (MG), do União Brasil, Pedro Lucas (MA), do PP, Doutor Luizinho (RJ), do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), do PSB, Pedro Campos (PE), do PDT, Mario Heringer (MG), da maioria, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e do governo, José Guimarães (PT-CE). Todos tiveram oportunidade de fala durante o jantar. Embora Lula avalie trocas no primeiro escalão, a reforma ministerial não foi abordada na conversa.

De acordo com relatos de quem esteve na reunião, os líderes não chegaram a se manifestar nem contra nem a favor sobre a fala de Lula sobre anistia. O petista também não fez referências diretas ao PL da anistia, mas deixou claro ser contra perdão aos envolvidos nos atos golpistas.

Em outro momento da reunião, o presidente da Câmara disse que a Casa vai focar em avançar com uma agenda prioritária para o Poder Legislativo, o que inclui o projeto que aumenta a isenção do Imposto de Renda e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública. Motta não teria incluído a anistia entre as prioridades no discurso feito no encontro, segundo os presentes.

Apesar disso, líderes do Centrão que estiveram no jantar dizem que o verdadeiro termômetro para saber se o projeto da anistia vai avançar ou não se dará na reunião de líderes da Câmara desta quinta-feira, que também contará com deputados de oposição.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), é quem tem organizado o esforço para fazer a anistia ser votada. Ele reuniu o apoio necessário para pautar um pedido de urgência, que se aprovado acelera a votação do texto. Hugo Motta ainda não decidiu se vai pautar o pedido e já disse que vai consultar os líderes para fechar uma posição.

O presidente da Casa tem optado por um acordo que envolva o Supremo Tribunal Federal. A ideia dele é que haja uma revisão na dosimetria de algumas penas e que o projeto da anistia se torne desnecessário.

Segundo o líder do governo, Lula também pediu apoio para a PEC da Segurança para a isenção do IR.

– (Lula)Pediu atenção a duas questões principais: a PEC da Segurança, que ele apresentou o texto hoje aos presidentes (da Câmara e do Senado) e a questão do Imposto de Renda. Isso foi a centralidade do pedido nosso (do governo) para discutir nos próximos três meses.

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