Atuação de Eduardo e Figueiredo atende "ao exclusivo propósito de salvar Jair Bolsonaro", diz PGR
Declaração consta na denúncia protocolada nesta segunda-feira (22) pela PGR, que acusou os dois do crime de coação no curso do processo
A Procuradoria-Geral da República afirmou que a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro e do jornalista Paulo Figueiredo nos Estados Unidos atendia ao "exclusivo propósito de salvar [o ex-presidente] Jair Bolsonaro". A declaração consta na denúncia protocolada nesta segunda-feira (22) pela PGR, que acusou os dois do crime de coação no curso do processo.
"As conversas desvendam que o projeto de EDUARDO BOLSONARO e de PAULO FIGUEIREDO, de submeter o Supremo Tribunal Federal atendia ao exclusivo propósito de salvar Jair Bolsonaro - e, por derivação processual, Paulo Figueiredo - de punição criminal. Essa era a única e real motivação de todos os seus esforços no país estrangeiro. Não lhes importava o esfrangalhar da situação econômica brasileira, para que o objetivo fosse amanhado", diz trecho da denúncia assinada pelo procurador-geral da República Paulo Gonet Branco.
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Segundo a PGR, Eduardo e Figueiredo arquitetaram e executaram um plano para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a extinguir o processo da trama golpista contra Bolsonaro e outros sete réus. A coação teria se dado por meio da articulação de sanções do governo dos Estados Unidos, como a imposição de tarifas comerciais contra o Brasil, a revogação de vistos de autoridades e a aplicação da Lei Magnisky contra o ministro Alexandre de Moraes.
Gonet escreveu que as medidas tinham o objetivo de atender" interesses da família" Bolsonaro em detrimento do "devido processo legal e do bom ordenamento da Justiça". Na visão do procurador, a estratégia "sacrificava interesses nacionais para constranger os julgadores da ação penal da tentativa de golpe".

