Sáb, 27 de Dezembro

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BRASÍLIA

CPI do DF faz acordo com comando do Exército para depoimentos dos generais Dutra, Heleno e GDias

Ex-comandante militar do Planalto foi convidado a comparecer à comissão na próxima quinta-feira

General Gustavo Henrique Dutra de MenezesGeneral Gustavo Henrique Dutra de Menezes - Foto: reprodução/Exército do Brasil

A presidência da CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal fez um acordo com o Comando do Exército para que o general Gustavo Dutra, ex-comandante militar do Planalto, preste depoimento à comissão na semana que vem. O militar era o responsável pela segurança na área do quartel-general, onde foi montado o acampamento golpista.

— O comandante do Exército (Tomás Paiva) mandou uma delegação de oficiais para vir dialogar com a CPI e garantiu que, assim que a gente formulasse o convite, eles determinariam a vinda deles — disse o presidente da comissão, deputado distrital Chico Vigilante (PT). A oitiva dele foi agendada para a próxima quinta-feira, dia 18.

— O general Tomás garante a vinda dos generais — afirmou o parlamentar distrital. Além de Dutra, que segue como general da ativa, a CPI convidou os generais Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro; e Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI na gestão de Lula.

Segundo Chico Vigilante, a assessoria parlamentar do Exército pediu que as convocações fossem transformadas em convites, o que foi acatado pelos parlamentares da CPI. O objetivo do acordo seria evitar que os militares recorressem à Justiça para não aparecer na comissão.

Procurada, a assessoria do Exército ainda não se posicionou sobre o acordo anunciado pelo presidente da CPI.

O general Dutra deve ser questionado sobre por que o acampamento golpista não foi desmontado antes de 9 de janeiro, quando o Exército, a PM-DF e a Polícia Federal fizeram uma megaoperação que resultou na prisão de mais de 1.500 pessoas.

As primeiras barracas foram erguidas na Praça dos Cristais, na frente do QG do Exército, em Brasília, logo após o segundo turno das eleições, em outubro de 2022. Em depoimento à PF, o general Dutra afirmou que o plano era fazer a desocupação da área de maneira gradual e que não foi expedida nenhuma ordem judicial para a desmontagem do acampamento.

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