Em ato, Flávio Bolsonaro critica proposta de "meia anistia" de Alcolumbre e diz que será contestada
Senador disse ainda que ministro Alexandre de Moraes tem dado "uma segunda facada" em Bolsonaro com julgamento da trama golpista na Corte
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que não aceitará projeto de anistia alternativo proposto pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
O parlamentar, que participou do ato bolsonarista do dia 7 de setembro, que reuniu milhares de manifestantes na praia de Copacabana, reforçou que o seu grupo político insistirá na anistia "ampla, irrestrita e geral".
— Eu não vi nenhum projeto do presidente Alcolumbre até o momento. Nós não vamos aceitar nenhum texto que apenas reduza as penas previstas pela legislação. Não dá para anistia a Débora do batom, e não anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro — disse ao GLOBO, antes de subir no tri. — Se o presidente Alcolumbre quiser pautar essa meia anistia, nós não vamos aceitar e vamos apresentar um projeto nosso.
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O senador repetiu a cobrança ao subir no palanque:
— Presidente Hugo Motta e Davi Alcolumbre, com todo o respeito que tenho pelos senhores, não existe anistia criminal, sem anistia eleitoral. Não cedam à pressão de Alexandre de Moraes, porque os senhores tem que entrar pela história como aqueles que pacificaram o Brasil.
O vice-presidente da Câmara Altineu Cortês (PL-RJ) também participou do ato e somou sua cobrança ao presidente da Câmara, Hugo Motta, pela discussão da anistia na Câmara e disse que, caso aprovada na Casa, o texto deverá ser “respeitado” pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
— O presidente da Hugo Motta, está ciente que temos a maioria dos líderes, com mais de 200 deputados. O senador Davi Alcolumbre, enquanto presidente do Senado, também precisa respeitar a maioria dos senadores. — disse — A anistia está na Constituição, e ela vai ou não vai.
A anistia também foi defendida pelo governador do Rio, Cláudio Castro (PL), que esteve no palanque ao lado de Flávio e de outras lideranças do partido. Durante seu discurso, fez críticas ao julgamento da trama golpista, que será retomado na próxima terça-feira pela Primeira Turma do STF.
— Essa semana será o julgamento do presidente, e por mais que a gente esteja falando em anistia, antes disso, mas ela é o segundo passo. O que queremos primeiro é Bolsonaro inocentado. Um homem que não cometeu nenhum crime não pode ser condenado. Estamos falando em anistia, mas esquecemos que há um inocente com uma tornozeleira em casa preso — disse.
"Segunda facada"
No palanque da manifestação, Flávio disse o que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem dado “uma segunda facada” no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em função do julgamento da trama golpista na Corte.
— Ontem, fez exatamente sete anos que o meu pai levou aquela facada, dada por um ex-militante do PSOL. O que Alexandre de Moraes faz com o meu pai é uma segunda facada, na sua alma, ao perseguir e prender uma pessoa inocente, com a intenção de humilhar um patriota. Todo mundo sabe o que vai. Aquilo [o julgamento] é farsa, é um teatro, todo mundo sabe o que vai acontecer, não pelo o que está no processo, porque três que vão julgar Bolsonaro são anti-Bolsonaro.
Áudio de Michelle
Durante a manifestação, foi reproduzido um áudio da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. Ela é esperada, mais tarde, no ato na Avenida Paulista, junto ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
— Sabemos que vocês estão reunidos nesse dia 7 de setembro clamando por justiça e liberdade. Em 2022, mais de um milhão de pessoas ouviram o meu marido em Brasília naquela comemoração histórica do bicentenário da independência. Hoje, por perseguição e injustiça, ele não pode falar. Mas nós falaremos por ele até que essa tirania e essa perseguição sejam vencidas.
Michelle também criticou o Supremo Tribunal Federal e disse e citou prisões de manifestantes ligados aos atos golpistas.

