Dom, 14 de Dezembro

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Federação PP-União já começa com confusão sobre comando em SP

O ex-vereador Milton Leite (União) é taxativo ao afirmar que o União Brasil liderará no estado, enquanto o deputado Maurício Neves (PP) fala em "coordenação conjunta" e "rodízio de lideranças"

O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite  - Foto: Reprodução/X

A confusão sobre quem irá liderar a recém-formada federação PP-União Brasil no estado mais populoso do país teve mais um capítulo nesta quarta-feira.

— A federação do PP com o União Brasil no estado de São Paulo será coordenada pelo União — garantiu ao Globo o ex-presidente da Câmara dos Vereadores da capital, Milton Leite, presidente municipal do União.

O esclarecimento foi necessário após o deputado federal Maurício Neves, presidente do PP no estado, ter distribuído à imprensa uma nota, na última terça-feira, na qual se apresentava como líder estadual da federação, batizada de “União Progressista”.

Apesar de ter recuado e atribuído o anúncio a um "erro da minha assessoria de imprensa", Neves disse ao Globo nesta quarta-feira que se discute "um rodízio no comando ou até mesmo uma coordenação conjunta em São Paulo".

Tal coordenação poderia ser liderada por ele e pelo filho de Milton Leite, o deputado federal Alexandre Leite, presidente estadual do União.

— Não sei de onde ele tirou essa informação. Ficou acordado que é o União quem cuidaria do tema — rebateu Milton Leite.

O veterano político afirmou que não há atrito com Neves, mas ressaltou ao Globo que, durante um almoço com caciques das duas siglas, realizado em Brasília nesta terça-feira, ficou acordado que, em São Paulo, o comando da federação ficaria com o União. E ponto.

A justificativa é que, como o União conta com bancada federal maior na Câmara dos Deputados em São Paulo, seis contra quatro do PP, e também na Assembleia Legislativa do Estado (Alesp), nove contra três, o comando da federação no estado ficaria com o partido comandado pelos Leite.

Mas a nota disparada pela imprensa de Neves na manhã de terça-feira, que destaca a união dos partidos de centro-direita, informava que, em São Paulo, a federação seria liderada pelo deputado do PP, “que trabalhou intensamente para a construção deste acordo”.

— Não há respaldo (para isso) nos diretórios nacionais nem do PP nem do União — afirmou Leite sobre a nota.

— Não estou preocupado em ser presidente de nada — afirmou Neves ao Globo — O que houve foi um entendimento errado (da nota). O que precisamos é elaborar um plano de trabalho, um estatuto. Precisamos ser um pêndulo de representatividade e não ir para a vaidade — argumentou o líder pepista.

Neves defende um "comando duplo", a exemplo do que ocorre na presidência nacional da federação, compartilhada entre Ciro Nogueira (PP) e Antônio Rueda (União Brasil).

— Seria mais justo e confortável para ambos — afirmou ao Globo.

Mas Milton fez questão de reforçar que a liderança da federação em São Paulo ficará com o União:

— Óbvio que vamos ouvir as sugestões e os nomes do PP. Mas o comando em São Paulo é do União.

O fator Derrite
Como um "exemplo da boa-fé do partido," o ex-presidente da Câmara de Vereadores de São Paulo pontuou que o partido manterá apoio “incondicional” ao secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, de malas prontas para o PP, para "qualquer cargo que ele deseje" disputar no ano que vem.

Derrite se movimenta para se candidatar ao Senado em São Paulo nas eleições do ano que vem, ou mesmo ao governo do estado, caso o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) decida disputar a Presidência.

O governador tem dito publicamente que prefere disputar a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, mas, nos bastidores ,não descarta a possibilidade caso Bolsonaro, inelegível até 2030, desista de tentar levar sua candidatura até o limite legal.

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