Frei Betto, Leonardo Boff e outros líderes cristãos comparam Glauber Braga a Jesus em carta de apoio
Deputado federal está há uma semana em greve de fome
Um grupo de mais de trinta lideranças cristãs, incluindo católicos e evangélicos, divulgou um manifesto em apoio ao mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que enfrenta um processo de cassação na Câmara dos Deputados.
A carta, assinada por nomes como Frei Betto e o teólogo Leonardo Boff, compara o deputado a figuras históricas como Jesus Cristo, Mahatma Gandhi e Nelson Mandela, que também enfrentaram perseguições.
"O seu ato de enfrentar seus algozes, suas mentiras e hipocrisias, é valoroso. Sabemos que é preciso uma força extraordinária para nos manter de pé diante dos absurdos. Isso ocorreu também com Jesus de Nazaré, assim como no mundo atual, com pessoas como Mahatma Gandhi na Índia, Nelson Mandela na África do Sul e o Pastor Martin Luther King na luta pelos direitos civis nos Estados Unidos", diz um trecho do documento.
As lideranças cristãs desejam a Glauber "a força de Jesus Cristo crucificado" e citam o versículo 33 do capítulo 16 do Evangelho de João: “Filhinhos(as), no mundo vocês sempre enfrentarão aflições. Tenham coragem. Eu venci o mundo!”, frase atribuída a Jesus na noite anterior à sua crucificação.
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Nesta quarta-feira, o deputado completa sete dias em greve de fome. Desde que a Comissão de Ética aprovou o parecer favorável à sua cassação, Glauber deixou de se alimentar, consumindo apenas soro, água e isotônicos. Ele tem dormido no Anexo 2 da Câmara, onde sua esposa, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), providenciou um colchão e uma cobertura. Militantes têm se revezado em uma vigília contínua.
Segundo sua assessoria, Glauber já perdeu quatro quilos e está cada vez mais fragilizado. Ainda assim, ele recebeu diversas visitas ao longo da semana.
Seis ministros do governo Lula (PT) compareceram à Câmara: Paulo Teixeira (Agricultura), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Secom), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Cida Gonçalves (Mulheres) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos).
Glauber responde a um processo disciplinar após ter chutado um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) durante uma discussão em abril de 2024.

